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Análise: Xbox One X pode espantar pelo preço de US$ 499, mas Microsoft aposta em jogos na E3

O Scorpio foi o aparelho que sustentou a maioria da boataria pré-E3 2017. Um dispositivo com teraflops de processamento? Roda 4K liso? Por que a Microsoft queria lançar um novo console com menos de cinco anos da vida do Xbox One? Talvez a resposta esteja nas fracas vendas de Halo Wars 2, que ficaram em 150 mil unidades na primeira semana. Perto do soberano PlayStation 4 e sua versão Pro, os números da caixa verde da empresa de Bill Gates não empolgam.

Foi neste contexto e numa tarde ensolarada em Los Angeles que a conferência da Microsoft aconteceu no dia 11 de junho, às 14hrs – horário local. Sem ameaça de chuva, apesar das nuvens um pouco pesadas, a apresentação foi marcada pelo profissionalismo, algumas surpresas e uma informação que pode se tornar uma decepção, no final das contas.

A apresentação aconteceu no Galen Center, perto da University of Southern California. Num clima universitário e dentro de um espaço onde normalmente ocorrem jogos de basquete, a Microsoft anunciou um novo aparelho num jogo de luzes. No mesmo local em que fez sua apresentação em 2016, a empresa informou que o verdadeiro nome do Scorpio é Xbox One X – o que dá numa sigla muito estranha, de XONE para XOX.

Embora não fale abertamente, o gadget funciona bem com aplicações em realidade virtual. A empresa aposta em oito milhões de pixels por milímetro, HDR e melhorias de som que acompanham a performance.

Algo que a Microsoft aprendeu com a Sony e parou de teimar foi com a retrocompatibilidade. Agora, além de jogos do Xbox 360 estarem voltando para as novas plataformas, todos os componentes do One vão funcionar de maneira redonda no One X, garante a companhia. E eles também afirmam que o aparelho é o menor da família. Menos, para eles, agora é mais.

E então veio uma saraivada de jogos: Forza Motorsport 7 com carro no palco, Assassin's Creed Origins no Egito Antigo e depoimento do produtor, Playerunknown's Battleground com comédia na tela e lançamento no final do ano, Deep Rock: Galactic, State of Decay 2, Minecraft em 4K funcionando para VR e com gráficos melhorados, Dragonball Fighter Z, Black Desert, Last Night, The Artful Escape, CodeVein para 2018, TACOMA para 2 de agosto, Super Lucy´s Tale (que parece Crash só que no Xbox), Crackdown 3 (com direito ao Terry Crews no trailer), gameplay de Shadow of Mordor com cabeças rolando, novo indie Ori com música ao piano ao vivo (com Gareth Coker), Anthem (novo da BioWare), antigos jogos do primeiro Xbox remasterizados, além de atualizações gratuitas de Gears 4, Killer Instinct, Halo Wars 2 e Minecrat do One S para One X em 4K. 

Origins, o novo Assassin's Creed, ganhou muitos pontos por não mostrar um Egito piegas e por adaptar a história dos assassinos com a cultura daquela civilização milenar. O jogo já promete pela Ubisoft ter feito um desenvolvimento mais respirado da franquia, sem lançar um novo a cada ano que passa.

A estratégia de anunciar muitos jogos seguidos dada pela Microsoft é uma nítida reação à Sony, que roubou os corações de todos na E3 2015 com o remake de Final Fantasy VII e Shenmue 3, que ainda não foram lançados e contam com adiamentos até 2020.

De todos os títulos abordados, Minecraft foi o único a falar abertamente em realidade virtual. Mas já se espera que os demais anunciados pela Microsoft flertem com a tecnologia, uma vez que o 4K abre espaço em sua plataforma de processamento. O jogo indie de mundo aberto da Mojang, criado em 2011, passa pela sua mais profunda mudança de design.

As apresentações foram todas "orquestradas" por Phil Spencer, o chefão da divisão Xbox que coordenava as falas de um palco separado, mais à frente. Para quem estava no Galen Center, era possível dar spoilers ao público que acompanhava os streamings. Enquanto rolavam os trailers, os nomes de alguns jogos apareciam no canto esquerdo dos telões, antes mesmo do resto do mundo saber.

Este foi o caso do novo Life's Strange. Além dele, a empresa fundada por Bill Gates reservou um bom tempo para gameplay de Sea of Thieves e Shadow of Mordor. O último título mostra que a Warner Bros pretende entregar uma nova aventura altamente interativa e narrativa na terra do Senhor dos Anéis.

Por fim, a Microsoft também enalteceu seus indies no programa ID@Xbox e falou de 43 jogos que orbitam na plataforma. Entre os jogos independentes que ganham holofotes na E3, Cuphead deve chegar inteiro em setembro de 2017, para quem gosta de desenhos que lembram cartoons antigos.

O golpe veio no final da apresentação e na boca de Spencer: US$ 499 no novo Xbox One X. É muito superior aos US$ 399 do PlayStation Pro, embora ele não seja um aparelho com tantas especificações técnicas robustas. A Microsoft, portanto, dobra a aposta no VR e nos gamers premium. Sana parte do seu mercado com a alta integração com PCs. Ela não vai jogar apenas com consoles no mercado dos videogames.

Aposta arriscada? Os jornalistas Ben Kuchera (Polygon) e Geoff Keighley tiveram acesso ao preço do One X antes do anúncio e a reação do público no Twitter foi negativa.

O que você achou do Xbox One X a US$ 499, o que daria pelo menos R$ 1,5 mil? Não deixe de comentar e assistir todos os vídeos abaixo.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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