Casa de análise americana classifica Roblox como “inferno de pedofilia” e acusa empresa de inflar números

Casa de análise americana classifica Roblox como "inferno de pedofilia" e acusa empresa de inflar números. Foto: Reprodução

Um relatório da casa de análises americana Hindenburg, divulgado na terça (8), classifica a plataforma de games Roblox, com ações abertas em bolsa de valores, como um ‘inferno de pedofilia’. Além disso, acusa a plataforma de inflar métricas. A empresa rejeita as acusações. A gestora aponta que, após uma série de reportagens e de pedidos de organizações não-governamentais, a Roblox não fez o suficiente para proteger os jovens usuários de predadores e “está comprometendo a segurança infantil para relatar crescimento aos investidores”.

“Além das métricas infladas de usuários-chave, nossa pesquisa no jogo se mostrou um cenário infernal de pedofilia, expondo crianças a aliciamento, pornografia, conteúdo violento e discurso extremamente abusivo”.

O problema é que o Roblox permite que pedófilos tenham como alvo centenas de crianças, sem nenhuma triagem para impedi-las de ingressar na plataforma. Os chats que comercializam pornografia infantil encontrados na plataforma também não tinham restrições de idade, conclui o relatório. Roblox relata que 21% de seus usuários têm menos de 9 anos, um número que provavelmente é subestimado, dado que o Roblox não tem verificação de idade, exceto para usuários que buscam experiências com mais de 17 anos.

Exposições da mídia e de organizações sem fins lucrativos de 2020 a julho de 2024 revelaram clubes de striptease digitais, distritos da luz vermelha, festas sexuais e predadores de crianças à espreita no Roblox. O National Center on Sexual Exploitation em 2024 rotulou o Roblox como “uma ferramenta para predadores sexuais, uma ameaça à segurança das crianças”.

“Várias acusações criminais de 2019 a 2024 alegam que predadores sexuais aliciaram crianças no jogo, com idades entre 8 e 14 anos, e depois sequestraram, estupraram ou negociaram conteúdo sexual com elas”.

Simplesmente inserindo “adulto” na barra de pesquisa do Roblox, é possível encontrar um grupo chamado “Adult Studios” com 3.334 membros negociando abertamente pornografia infantil e solicitando atos sexuais de menores. Registrados como criança, os analistas também puderam acessar jogos como “Escape to Epstein Island”, em referência a Jeffrey Epstein, criminoso sexual morto na prisão, e “Diddy Party”. Foram encontrados mais de 600 jogos “Diddy”, incluindo “Sobreviva ao Diddy” e “Simulador Escape do Diddy”, em referência ao rapper Sean Combs, preso por acusações de abusos sexuais.

Desde 2 de setembro de 2024, o monitor terceirizado ‘Moderation For Dummies’ relatou cerca de 12.400 contas de jogos eróticos no Roblox. As contas registram desde “fetiches de estupro/sexo forçado” até usuários menores de idade “dispostos a fazer qualquer coisa por Robux”, a moeda virtual da plataforma de jogos.

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!

No documento, a empresa acusou ainda a desenvolvedora do jogos de inflar tanto os números de usuários e horas de engajamento na plataforma. Uma das formas pelas quais a empresa infla os números é permitindo que “bots”, localizados em outros países, permaneçam nos jogos mais populares da plataforma o dia todo, todos os dias.

Em réplica, o Roblox destacou que seus recebimentos em dinheiro cresceram 22% entre o segundo trimestre de 2023 e 2024. “A Hindenburg não fez nenhuma tentativa de destacar isso porque os fatos positivos não apoiam a agenda deles. Estamos firmemente convencidos de que a Roblox é uma plataforma segura e protegida, e que os dados financeiros que relatamos são corretos”. A empresa de pesquisa diz que assumiu uma posição vendida nas ações da empresa, o que significa que a queda das ações ontem foi lucrativa para a Hindenburg.

Com informações do Valor Econômico.

Casa de análise americana classifica Roblox como “inferno de pedofilia” e acusa empresa de inflar números. Foto: Reprodução

Veja nossa campanha de financiamento coletivo, nosso crowdfunding.

Conheça os canais do Drops de Jogos no YouTube, no Facebook, na Twitch, no TikTok e no Instagram.

Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.