O jogo clássico Donkey Kong Country completa hoje 30 anos. O título impulsionou a venda de milhões de SNES, o Super Nintendo. Quem conta essa história, em detalhes e com prints de revistas brasileiras da época, é o experiente jornalista Fabio Santana no Threads.
Neste 21 de novembro, Donkey Kong Country completa 30 anos. Com seus gráficos gerados em estações Silicon Graphics e jogabilidade sólida, o jogo deu nova vida ao SNES e vendeu mais de 9 milhões de unidades. Vamos de fio para ver como foi a recepção do jogo no Brasil na época.
Donkey Kong Country foi revelado na Summer CES de 1994, no finalzinho de junho. A Ação Games saiu na frente com a cobertura do evento em sua edição 63, segunda quinzena de julho. A matéria destacava mais um capítulo da guerra dos consoles e como a Nintendo usou o DKC como sua arma secreta.
O preview de 1 página de DKC naquela Ação Games trazia com grande destaque as artes promocionais renderizadas. Na época, eu, com 15 anos, realmente pensei que fossem telas de jogo (e certamente era a intenção da Nintendo). Apenas a tela inferior direita é do jogo.
A Ação Games destacava a volta do personagem depois de 10 anos (Donkey Kong 3 saíra em 1983 para arcades) e como a Rare utilizava tecnologia ACM para gerar “gráficos tridimensionais com um realismo impressionante”. Destaque também para a memória: 32 mega (Super SFII atingiu a marca primeiro).
A SuperGamePower chegou com cobertura da CES (licenciada da GamePro) em sua edição 6, setembro de 1994. Uma breve menção ao DKC no texto do evento e uma prévia de 1/4 de página para o jogo destacando-o como “O melhor gráfico” da feira. “O cart de 32 mega tem gráficos tridimensionais”.
A revista Videogame cobriu DKC pela primeira vez também em sua edição de setembro, número 42, mas foi a primeira a dar capa para o jogo, antes mesmo do lçto. A matéria de página dupla é a mais aprofundada até então, explicando a tecnologia ACM e trazendo citação de Peter Main, VP da NOA.
A Ação Games voltou a cobrir DKC na edição 67, segunda quinzena de setembro de 1994. Embora a edição 63 mencionasse o jogo na capa, esta, não. A matéria foi baseada em uma fita de VHS emprestada pela Playtronic. Além de novas imagens, uma data de lançamento: 21 de novembro.
O tal VHS é a fita promocional “DKC Exposed: The Making of Donkey Kong Country”, um minidoc super edgy, parte da campanha Play It Loud, que a Nintendo enviou para assinantes da Nintendo Power nos EUA. O vídeo provocava: “Não tá nos 32 bit, no 32X ou em CD. É para 16 bit e está só no SNES”.
No mês de novembro, DKC apareceu no jornal Folha de S.Paulo 3x: no dia 15/11 na coluna da Joyce Pascowitch (“o macaquinho que pulava barris”(?)), no dia 18/11 na Folhinha (“história do balacobaco”) e no dia 29/11 na capa do caderno Dinheiro (“Preço estimado: R$ 127” (US$ 108 na época)).
A SuperGamePower, de novo atrasada, trouxe mais novidades de DKC na edição 9, dezembro de 1994, com uma matéria explicando a tecnologia por trás dos gráficos pré-renderizados e um novo preview do jogo com novas telas.
É nessa edição de dezembro da SGP, e posteriormente nas outras revistas do mesmo mês, que vemos este anúncio de página dupla da Playtronic para promover a chegada de DKC: “Nem jogando você vai acreditar” e “O maior game Nintendo de todos os tempos”.
Em sua edição 72, primeira quinzena de dezembro de 1994, a Ação Games trazia DKC na capa e o primeiro review nacional: “Do que o 16 bit é capaz”. Na seção Shots, a notícia de que a Playtronic estava trazendo o jogo simultaneamente aos EUA e Japão pela primeira vez.
No review de 3 pgs., a Ação Games deu nota máxima para DKC em todos os quesitos: Gráfico, Som, Desafio, Diversão, Jogabilidade e Originalidade. “DKC é desde já um clássico. Quem pensava que tudo já havia sido feito em 16 bits, terá uma grata surpresa”.
Também em sua ed. de dezembro de 1994, a revista Videogame 45 trouxe seu review de DKC. Mais importante: trouxe também relato de um evento promovido pela Playtronic em São Roque para jornalistas para o lançamento de DKC. Curiosidade: segundo a matéria, DKC chegou antes no Brasil, em 19/11.
A revista Videogame também dedicou três páginas para seu review de Donkey Kong Country, e também deu nota máxima em tudo: Gráficos, Música e Jogabilidade. Muitas dicas úteis e a informação de que Cranky Kong é o Donkey Kong original do jogo de 1981.
A revista Gamers, em sua edição de re-estreia, trouxe Donkey Kong Country na capa com a chamada: “Do começo ao fim, o jogo do ano”. Dentro, um detonadinho mixuruca de 4 pgs. só com umas legendas nas telas. A revista ainda era zoada nessa época.
Por fim, a SGP trouxe capa, review e detonado de DKC na edição 10, janeiro de 1995. Na análise, também nota máxima em tudo: Gráfico, Som, Dificuldade e Fun Factor. DKC foi unanimidade ao conquistar a maior pontuação em todas as revistas nacionais da época.
No detonado da SGP de DKC, dicas superficiais e, de quebra, algumas imagens daquela fita de VHS “DKC Exposed”. A fita trazia a primeira visita ao departamento Treehouse da NOA e depoimentos de Dan Owsen (até hoje na Nintendo) e Ken Lobb (hoje no Xbox Game Studios).
Na época do lançamento de Donkey Kong Country, eu trabalhava na locadora do meu pai e era responsável pelo acervo de games. Lembro de ter comprado múltiplas cópias na Progames para atender a demanda. DKC revigorou o SNES, e não é à toa que é lembrado com carinho até hoje, 30 anos depois.
Leia o texto completo do Fabão, com imagens históricas, aqui.
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