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EXCLUSIVO: Usuários denunciam 27 lojas de comércio digital ilegal de games que são parceiras de YouTubers

DigitalGamesPsn, Mauro Games (que também comercializa no Mercado Livre), Portella Games, Brazukas Express, GCM Games, PsnGameStop, GameFun, Mega Games, TG Games, PsnGamesDigitais, Central PSN, GameForFun, GamesShow, RiosGames, PsnGamesBH, AmorGames, SurviveGames, GamesGO, PsnGamesBrasil, DigitalGamesBrasil, PsnGamesDF, GAMEPLAYRJ, SaGames, CrossGames, MDGamesStore, GamesBIG e EboxBrasil são os nomes que aparecem na lista. Um dos maiores sites da lista é o PsnGamesDF graças a uma peculiaridade.

O site foi promovido por um famoso YouTuber chamado Gameplayrj, no dia 8 de agosto de 2014, em seu canal que possui 1,7 milhão de inscritos. A loja cresceu graças à divulgação, chegando em 94 mil curtidas no Facebook, e expandindo seus negócios para a revenda de mídia física e de consoles. No entanto, até chegar naquele ponto, a PsnGamesDF vendeu ilegalmente jogos digitais através de contas frias na PlayStation Network, de acordo com a denúncia.

A informação foi fornecida por um cliente dessas lojas digitais frias. “Somos um pequeno grupo de 11 pessoas de SP que foram lesadas nessas compras de contas fantasmas”, informou a fonte em uma mensagem por email. Suas reclamações foram encaminhadas para a Associação Comercial, Industrial dos Jogos Eletrônicos do Brasil (ACIGAMES).

A queixa foi encaminhada para a representação da Sony em nosso país.

Uma tentativa de abafar as irregularidades

Em 15 de maio de 2015, prevendo problemas jurídicos, a PsnGamesDF mudou de nome para GameNext e passou a só revender cópias físicas dos jogos por seus preços oficiais. O problema é que a fanpage da loja manteve as informações de repasses de contas da PSN antigas, que vão contra o política de privacidade da Sony.

A empresa japonesa que a coleta de informações pessoais de contas cadastradas na PlayStation Network deve ser utilizadas apenas para veicular mensagens, propagandas e produtos da empresa ao usuário. O contrato não prevê revenda de jogos e tampouco parcerias comerciais de jogos digitais.

No entanto, no site ReclameAqui, a PsnGamesDF coleciona mais de 680 reclamações de falta de entrega de chaves de acesso aos jogos comercializados, além de bloqueio dos jogos. A empresa respondeu aos usuários e teria solucionado mais de 90% dos problemas, mas pelo menos 30% dos usuários não voltariam a fazer negócios com eles.

A pirataria digital não se restringe à Sony

A maioria dos sites brasileiros faz comércio de jogos digitais com contas ilegais da Sony e seu PlayStation 4. No entanto, da mesma forma, contas da Live da plataforma Xbox também são comercializadas de maneira irregular. As transações são menores somente com a Nintendo e seu Wii U. Ou seja, se você procurar, achará títulos para Xbox One (XONE) e 360.

O comércio ilegal de games digitais é atraente, porque a revenda de contas sai numa faixa de preço entre R$ 20 e R$ 80. Algumas lojas utilizam de maneira explícita o nome PSN, para indicar que se trata de transações envolvendo a rede online da Sony.

Em um país com altos impostos para produtos digitais como o Brasil, o aumento do mercado cinza através de contas digitais frias deve ser reduzido. Essas operações geram prejuízos para empresas que desejam operar no país, o que atrasará ainda mais a luta por taxações menores e mais justas com os jogadores. O Brasil precisa de investimentos sólidos para criar e manter incentivos à indústria de games.

Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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