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Motorcycle Club tem belos gráficos mas ousa pouco na realização

O gênero de corridas é um dos grandes sucessos da indústria de jogos digitais, com projetos que vão de The Need for Speed  a Forza, entre tantos outros, mas são raros os games que se dedicam às motocicletas, veículo dos sonhos de muitos jovens e gente madura. Visando esse público, a BigBen Interactive lançou, para PC, Xbox 360, PS3 e PS4, Motorcycle Club.

O jogo tem o mérito de apresentar gráficos muito bonitos para a nova geração de consoles, que enchem os olhos pela qualidade e textura, mas uma análise mais aprofundada no gameplay denuncia que a empresa poderia ter inovado com elementos que criassem uma experiência de jogo mais interessante e completa.

O game possibilita, por exemplo, que o jogador troque de moto durante a corrida, uma ideia que parece promissora, considerando que, a cada trecho, você poderá ganhar dinâmica com modelos apropriados para o terreno em questão. A jogabilidade parece comprometida, no entanto, quando o jogador tem a sensação que o desempenho das motos não responde adequadamente aos controles, sinal que a desenvolvedora poderia ter aperfeiçoado o projeto antes do lançamento.

Já os elementos dispostos pelo caminho, como rampas de velocidade e arcos para testar as habilidades do jogador e acumular pontos, podem oferecer desafio aos apreciadores de games com power ups, como a clássica série Mario Kart ou Blur, game de corrida da desenvolvedora Bizarre Creations.

Além das corridas nas quais você acumula pontos, o jogo oferece o gerenciamento do clube de motos, no qual é possível alterar as cores dos uniformas da equipe e escolher o logo da escuderia. É pouco para o potencial do game e algo para a empresa dar atenção em uma possível astualização do game.

A ausência de trilha sonora é também uma lacuna da produção, que fica limitada ao ruído sempre igual das motos, independente do modelo. Algo que pode incomodar depois de certo tempo de jogo.  

 De um modo geral, a impressão é que o projeto poderia ousar muito mais, oferecendo conteúdos variados e opções de gerenciamento e customização mais amplos, além de disputas de corrida com elementos capazes de enriquecer a experiência do jogo e diferenciá-lo de tantos outras produções de corrida. Ainda assim, o game pode entreter os fãs das duas rodas, apresentando modelos de motos de marcas oficiais com grande riqueza de detalhes.

Se a BigBen atentar para as lacunas do projeto, Motorcycle Club 2 pode se tornar um grande produto.

 

Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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