O site The Gaming Era pontuou hoje que, de acordo com a empresa europeia Newzoo, as receitas do mercado de games para consoles e computadores pessoais (os PCs) cresceu 2,6% em 2023 frente ao ano anterior, alcançando US$ 93,5 bilhões. E o tempo que os jogadores passaram jogando caiu 26% desde o pico alcançado durante a pandemia.
E 80% desse tempo é gasto em apenas 66 games. O relatório The PC & Console Gaming Report 2024 foi divulgado para o público nesta terça (2) e apresentado durante a Game Developer Conference, a GDC.
Do total, 43% correspondem ao mercado de games em PCs, ou US$ 40,4 bilhões de dólares, enquanto US$ 53,1 bilhões (57%) ficam no mercado de consoles. Apesar disso a fatia da pizza dos PCs cresceu mais: 3,9% contra 1,7% dos consoles.
Para Tom Wijman, analista líder da Newzoo que assina o texto de abertura do relatório, a queda do tempo de jogo registrada pelo estudo indica “mais olhos e dinheiro na mão de poucos games e estúdios”. Ou seja, houve uma redução, embora a entidade se mantenha otimista com esse mercado.
O Drops de Jogos publicou uma série de reportagens sobre problemas na pesquisa anual da ABRAGAMES sobre a indústria de desenvolvimento de games. Em uma das respostas de Rodrigo Terra, presidente da associação, me chamou atenção um trecho:
Em outras palavras, estamos vivendo um momento singular, o que não significa que o crescimento tenha relação direta com as demissões ou a desaceleração, como dito na matéria publicada pelo Drops de Jogos. Vale reforçar que existe uma análise de estado do próprio ambiente de mercado, mas os números não são diretamente proporcionais. Então, esse elo entre o crescimento do faturamento dos estúdios e as demissões não está diretamente relacionado, mas amarrado a outros fatores, como da saúde financeira da própria empresa ou da necessidade de reduzir o quadro para manter o crescimento e o faturamento.
A Newzoo é frequentemente criticada por oferecer dados totais, sem o detalhamento em suas pesquisas. Também é uma pesquisa que deve ser criticada. Mas aparentemente a ABRAGAMES não entendeu que todo o mercado está enxergando desaceleração. É uma questão matemática que não cabe subjetividade.
O mercado de games segue sendo fascinante e necessário. Mas ninguém ganha nada evitando determinadas palavras. Uma crise não deixa de existir se você passa a borracha na palavra crise.
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