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Opinião: Pokémon GO nem terminou de lançar e pode ser o game de 2016

Jogo que começou sendo lançado apenas na Austrália e na Nova Zelândia no dia 6 de julho, gerou uma valorização de mais de 100% das ações da Nintendo na Bolsa de Valores em Tóquio e fez multidões de pessoas utilizarem seus celulares atrás de um monstrinho Wartotle ou mesmo um Vaporeon que surgiu no Central Park, em Nova York.

Em bilhões de dólares de especulação, Pokémon GO vale pelo menos sete.

Ofuscou diferentes lançamentos do mundo dos games em 2016. Star Fox Zero para Wii U hoje é pouco lembrado e foi destaque da Nintendo na E3 2015. Dark Souls III ainda faz sucesso com os jogadores hardcore, mas esteve fora das notícias com essa avalanche de Pokémon. Zelda? Breath of the Wild foi provavelmente o melhor game apresentado na E3 deste ano.

Mas nada se compara ao que foi Pokémon GO até o momento.

A mídia mainstream brasileira noticiou ele em seus canais, assim como a CNN, a CBS, a BBC e todo mundo que poderia falar sobre o assunto. Alguns explicaram mal. Disseram que dá pra "matar" os Pokémons. Sacerdotes religiosos disseram que é coisa do demo. E teve quem disse que é apenas uma besteirinha.

Balela.

Pokémon é uma das franquias de jogos mais vendidas de todos os tempos, desde 1996. Comercializou 279 milhões de jogos. Perde apenas para Mario (528 milhões) e Tetris (495 milhões).

Este tipo de game sempre incentivou a competitividade e a socialização. A revolução das versões Red e Blue foi justamente incentivar trocas de monstrinhos com o cabo link do Game Boy em 96. Pokémon Stadium para Nintendo 64 trouxe as grandes disputas em lutas, fora que versões como Ruby/Sapphire, Black/White e X/Y já contam com sistemas online robustos de disputa.

O que Pokémon GO fez foi trazer todas essas potencialidades para o campo da realidade aumentada. Tecnologia fruto dos estudos de realidade virtual dos anos 1960, consiste em trazer elementos 3D para situações reais. Como é o caso de botar monstrinhos na tela da câmera do smartphone utilizando sua localização GPS.

Empresas como Uber, McDonald's e muitas outras estão aprendendo a fazer negócios com Pokémon GO. Oferecem descontos para clientes do transporte ou do fast-food que utilizem a conexão wi-fi para capturar monstrinhos.

Pokémon é revolucionário, é cultural e é social. Era um gigante adormecido da Nintendo que acordou para faturar bilhões e mudar a sociedade.

E fez isso num aplicativo gratuito, com algumas transações internas pagas.

Rende especulação porque é um modelo de negócios para games.

É o jogo do ano.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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