Desde os seus primórdios, os videogames sempre buscaram refletir a experiência humana em algum nível. Seja na prática de esportes, simulação de vida ou imersão em universos fantásticos, a usabilidade do jogador nunca foi colocada em segundo plano. Nesse ponto, tudo permanece igual.
A maneira como esse objetivo é atingido, por outro lado, sofreu grandes modificações com o passar das décadas, geralmente como consequência de tecnologias de computadores e jogos eletrônicos. Os comportamentos complexos exibidos por inimigos virtuais, por exemplo, evoluíram drasticamente.
Essas e outras funcionalidades dos games são proporcionadas pelas inteligências artificiais, mais frequentemente referidas como “IA”. Assim como os videogames, as IA não são novas, mas a maneira como interagem com os jogos eletrônicos acompanha as tendências do mercado e o gosto de players.
O princípio das inteligências artificiais é atribuído ao matemático e pai da computação, Alan Turing, a partir de um estudo filosófico durante os anos 1950. De acordo com a ExpressVPN, foi a pergunta “as máquinas podem pensar?”, proposta por Turing, que deu o pontapé inicial para essas tecnologias.
Coincidentemente, os jogos eletrônicos também tiveram início em um período similar, próximo ao fim da década de 50. Como tal, as duas áreas caminharam lado a lado, às vezes separadas, mas sempre se encontrando em pontos em comum. Com o passar das décadas, a relação entre elas se estreitou.
É ingênuo afirmar que o primórdio das inteligências artificiais é igual ao cenário que vivemos nos dias de hoje, é claro, mas as distinções estão nas técnicas, jamais nos princípios. Desde o seu primeiro respiro, a preocupação com atividades autônomas e aprendizado contínuo sempre foram valorizadas.
O primeiro (e ainda principal) uso das inteligências artificiais em jogos eletrônicos é observado no comportamento de oponentes. Logo quando as IA foram colocadas em prática nos jogos digitais, elas serviam para desafiar jogadores humanos em partidas de xadrez e outras atividades com foco mental.
Aliado a isso, as IA também auxiliam no desenvolvimento procedural, onde cenários e personagens são criados sem input humano, baseados em programações prévias. Jogos como “No Man’s Sky” utilizam as inteligências artificiais para criar cenários completamente individuais para cada jogador.
Tudo isso sem mencionar os usos externos das IA na indústria de jogos eletrônicos, como na criação de artes visuais e sonoras e correção de pequenos tropeços humanos. Basicamente, sem a presença das inteligências artificiais, os jogos eletrônicos como os conhecemos seriam totalmente diferentes.
O princípio do aprendizado das inteligências artificiais, quando o assunto é a sua relação com os jogos eletrônicos, vem a partir da utilização humana. Por si só, os videogames não são capazes de agregar conhecimentos novos às IA, exceto quando existem jogadores humanos desenvolvendo estratégias.
Isto é: conforme os jogadores interagem com o meio, as IA aprendem novas coisas. Uma estratégia muito utilizada pode ensinar a máquina a contra-atacar de maneiras criativas, evitando danos em busca da vitória. Tudo isso ajuda a explicar o fato de que as IA não são estáticas e evoluem com o tempo.
A demanda por novas soluções por parte da indústria dos jogos eletrônicos também impulsiona tecnologias de inteligência artificial. Quando existe investimento massivo dos grandes estúdios, há incentivo para aprimorar ferramentas, buscando atingir objetivos dos desenvolvedores e dos players.
As inteligências artificiais e os jogos eletrônicos continuam a se aprimorar e a evoluir de maneira mutuamente vantajosa, o que não deve parar em um futuro próximo. A partir da experiência humana e dos valores que trazemos para mundos virtuais, máquinas aprendem comportamentos complexos.
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