Enquanto o Santos continua na busca por um novo técnico desde a demissão de Pedro Caixinha na semana passada, uma alternativa para o cargo que ninguém imaginava surgiu: Neymar, o craque lesionado do time.
Em um publicação no seu Instagram na última quarta (23), o jogador postou uma escalação “alternativa” do clube, um tanto diferente do que o time tem usado sob o comando do interino César Sampaio.
Como é possível ver na imagem abaixo, o jogador usou como base um print daqueles apps que fazem escalações de clubes, mas editados de forma externa. Isso é um indício de que o jogador viu ou recebeu o print com uma escalação “original” do time e resolveu editar ele mesmo antes de publicar.
A postagem foi apagada logo depois, mas o print é eterno.
(Imagem: reprodução/Instagram)
Mudanças na escalação de Neymar do Santos
Como as edições foram feitas manualmente fora da ferramenta de escalação, é possível saber todas as mudanças propostas por Neymar na escalação do Santos devido às diferenças do número da camisa e do nome que foi adicionado ao print.
Essas foram as mudanças do original para o postado por Neymar:
- Na lateral direita, o jogador trocou Léo Godoy (29) por Luizão;
- Na zaga, trocou João Basso (3) por Gil;
- No ataque, substituiu Barreal (22) por Guilherme
- E removeu Thaciano do ataque para adicionar João Schmidt no meio campo
Isso quer dizer que, para Neymar, o Santos deveria ser escalado no esquema 4-4-2 com Gabriel Brazão; Luizão, Zé Ivaldo, Gil e Souza; Diego Pituca, João Schmidt, Gabriel Bontempo e Rollheiser; Guilherme e Tiquinho Soares.
Um esquema um tanto diferente do que o interino César Sampaio vem usando, onde o Santos tem três atacantes (Tiquinho Soares, Guilherme e Barreal) e mais próximo esquema usado pelo ex-técnico Pedro Caixinha.
Claro, o esquema de Neymar não é sem os seus problemas. Por exemplo, ele escala Souza na lateral-esquerda – um atleta que ainda está se recuperando de cirurgia e deve voltar aos gramados apenas no mês que vem.
Mas fica claro que Neymar está tentando mandar uma mensagem para a diretoria do Santos. Talvez a mensagem seja sutil, algo do tipo “olha, é melhor procurar um técnico que tenha a mesma filosofia de jogo do Pedro Caixinha porque eu gostava da filosofia dele.” Ou então é uma mensagem muito mais direto, meio “olha só como eu monto um time melhor do que o seu técnico interino”.
Eu não sei e nem posso dizer qual era essa mensagem, afinal não tenho contato nem com o atleta e nem com ninguém próximo de Neymar. Mas eu posso dizer que, considerando todo o histórico da carreira dele, sutileza não é um de seus pontos fortes.
Atletas em atividade como técnicos
Esta não seria a primeira vez que um jogador ainda em atividade assumiu o cargo de treinador do mesmo clube em que joga.
O caso mais emblemático com certeza é o de Ruud Gullit no Chelsea. Entre 1996 e 1998, Rullit atuou como jogador e técnico do Chelsea. Esta era uma época anterior à compra do clube pela família Abramovich, e o time ainda não era considerado como um dos “grandes” da Inglaterra. Como técnico-jogador, Gullit deu fim a um jejum de 26 anos de títulos do clube ao levantar a taça da FA Cup em 1997.
Mas a função também não é uma novidade no Brasil. Em 2007, Romário assumiu a função de técnico-jogador do Vasco por alguns jogos após a demissão de Celso Roth. E tem também o caso de Rivaldo, que durante o mês de junho de 2015 foi técnico, jogador e PRESIDENTE do Mogi Mirim – inclusive jogando ao lado do próprio filho.
Isso quer dizer que o Santos deveria dar a Neymar o cargo de jogador-técnico enquanto não define quem será o novo treinador do time? A meu ver, só se a diretoria sentir que é necessário amaciar ainda mais o ego do jogador que é o mais caro e talentoso do time, mas que em menos de seis meses já deixou o clube na mão mais de uma vez em momentos decisivos.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.