Pesquisador israelense compara religião e consumismo aos jogos virtuais em 3D - Drops de Jogos

Pesquisador israelense compara religião e consumismo aos jogos virtuais em 3D

“O consumismo também é um jogo de realidade virtual. Você ganha pontos por comprar produtos de marcas caras”, afirma o professor.

  • por em 16 de fevereiro de 2020

Imagem: painel artístico de LWCX

O pesquisador e professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, Yuval Noah Harari, afirmou que as religiões e o consumismo são comportamentos sociais equivalentes aos jogos de realidade virtual.

Harari, autor do livro Sapiens – Uma Breve História da Humanidade, descrevia em artigo publicado no jornal britânico The Guardian, intitulado O Significado da Vida em um Mundo sem Trabalho, que é preciso encontrar atividades práticas para a emergente população que deve, até 2050, ficar ociosa pela falta de oportunidades de mercado, decorrente dos avanços da inteligência artificial, que deverá substituir a mão de obra.

“As pessoas devem se envolver em atividades com algum propósito. Caso contrário, irão enlouquecer. Afinal, o que a classe inútil irá fazer o dia todo?”, questionou, trazendo em seguida uma potencial solução.

“Por centenas de anos, bilhões de humanos encontraram significados em jogos de realidade virtual. No passado, chamávamos esses jogos de ‘religiões’”, afirmou o pesquisador.

“Se você reza todo dia, ganha pontos. Se você se esquece de rezar, perde pontos. Se no fim da vida você ganhou pontos o suficiente, depois que morrer irá ao próximo nível do jogo (também conhecido como céu)”.

“O consumismo também é um jogo de realidade virtual”, continuou o professor. “Você ganha pontos por adquirir novos carros, comprar produtos de marcas caras e tirar férias fora do país. E, se você tem mais pontos que todos os outros, diz a si mesmo que ganhou o jogo”, avaliou.

“Você realmente quer viver em um mundo no qual bilhões de pessoas estão imersas em fantasias, perseguindo metas de faz de conta e obedecendo a leis imaginárias? Goste disso ou não, esse já é o mundo em que vivemos há centenas de anos”, destacou.

Fonte: Época Negócios

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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