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Podemos esperar uma sequência de Dungeons & Dragons no cinema?

Dungeons & Dragons – Honra entre Rebeldes, que estreou no Brasil no último dia 13 de abril, está provando que uma boa história ainda é a base da diversão entre amigos, seja nas partidas de RPG, seja em filmes baseados em grandes franquias no cinema.

O longa acumula, enquanto escrevo esse texto, 90% de opiniões positivas em um total de 278 críticos e 93% de pontuação junto ao público no agregador online Rotten Tomatoes, um score invejável para muitas obras com pretensões mais elevadas, a exemplo de Avatar 2 (76% e 92%, respectivamente) e outros filmes recentes.

“As expectativas que eu tinha para esse filme eram ‘Se for ruim, que seja ruim de um jeito bom’, e ele superou isso e não foi pouco não, foi bastante […] Isso aqui é Piratas do Caribe”, comentou o colaborador do Drops de Jogos, Paulo Zambarda, em uma comparação do filme da Paramount com a narrativa descompromissada, a estética sem sanguinolência e a galhofa, também presentes na saga da Disney. O comentário surgiu durante o programa News Games, da Rádio Geek, que pode ser assistido pelo Facebook.

Considerando a vastidão do multiverso criado em torno de D&D ao longo de quase 5 décadas de jogos e derivados, não é difícil imaginar as possibilidades com novos filmes provenientes da franquia, mas a pergunta é: pode-se esperar um novo filme inspirado no RPG mais famoso do mundo?

A resposta depende menos da narrativa e mais do que move, efetivamente, o mercado cinematográfico: o retorno financeiro resultante dessas produções. E, nesse quesito, o longa ainda gera dúvidas, para desespero dos fãs de masmorras e dragões.

Segundo a revista Veja, os dados da Comscore informam que o filme baseado em jogo “arrecadou 1,05 milhão de reais na pré-estreia antecipada” aqui no Brasil e um levantamento realizado entre os dias 30 de março a 1º de abril indicou que mais de 50 mil pessoas foram aos cinemas para acompanhar a aventura dos rebeldes anti-heróis.

Embora seja uma indicação muito positiva, o dado não projeta futuro promissor para uma nova aventura cinematográfica. Nas duas primeiras semanas em exibição, o filme arrecadou menos de US$ 130 milhões em todo o mundo, um valor muito baixo se comparado, por exemplo, a Super Mario Bros. – O Filme, que angariou mais de US$ 200 milhões apenas no primeiro final de semana, nos EUA.

Com um custo de produção superior a US$ 150 milhões, o longa precisaria fazer uma cifra acima de US$ 370 milhões para cobrir os investimentos no projeto, que envolvem também distribuição, merchandising e outros custos.

Mas os fãs ainda podem fazer a diferença e salvar D&D nos cinemas, por meio de uma magia de ressurreição, digo, por meio do boca-a-boca, que é um grande artifício para encantar novas plateias. A iniciativa pode ser bem sucedida, levando em conta que a trama do roteiro despretensioso ajuda e o carisma dos atores funciona perfeitamente em cena, além da presença de um vasto panteão de criaturas e locações típicas do mundo ficcional do jogo.

Por último, mesmo se a conta não fechar, ainda é possível uma grande mobilização dos jogadores em favor da continuidade da saga, a partir de petições online e manifestações presenciais em eventos e encontros, além da própria boa vontade da Hasbro, detentora dos direitos da marca, em continuar investindo em sua franquia de jogos para ampliar os interessados em rolar dadinhos e tentar ataques épicos contra os seres mais bizarros da cultura pop contemporânea.

Dungeons & Dragons – Honra entre Rebeldes merece ganhar vida extra e conquistar o direito de uma nova aventura. Se tiver a oportunidade, prestigie essa produção no cinema. Vale a pena.

Em tempo: Kao Tokio é jogador de D&D desde 1988 e ainda continua fã desse universo.

Imagem: Rakuten Kobo – The Art and Making of Dungeons & Dragons: Honor Among Thieves eBook by Eleni Roussos

Kao Tokio

Ver Comentários

  • Ded n é só comédia,tem temas bem sombrios ,por ex como encaixar seres malignos e sanguinários como gnolls em um filme caricato desse ?achei um filme para crianças,que façam algo mais sério sem muitas piadinhas o tempo todo

  • Eu achei um bom filme. CGI sólida, bem feita, daria uma nota 7,5 talvez 8. A história é legal e os combates foram muito bem feitos também.
    Com relação a seriedade do filme, diria que se aproxima à dos Piratas do Caribe mesmo.
    Agora, sendo realista sobre uma possível continuação, acho muito difícil de acontecer. Pq a Hasbro está mal das pernas e ela está contando com esse filme e os jogos de videogame pra atrair investidores. Hoje em dia é a empresa subsidiária (Wizards - que faz D&D e Magic) que tem segurado as pontas.
    E a Hasbro já tinha apresentado aos investidores que a marca D&D tem muito potencial para monetizar (ganhar dinheiro com a marca). Mas com o filme flopando e se os jogos não fizerem sucesso, daí a Hasbro vai pro buraco de vez.

  • O filme não decepciona. Eu fui achando que seria um filme ruim, nível "Sessão da Tarde" e ele não decepcionou: realmente é um filme ruim do nível "Sessão da Tarde".

  • Na minha opinião esse deveria ser baseado no desenho caverna do dragão, com os já conhecidos personagens, certeza que faria sucesso, pena que não tenham o direitos deles

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