Por Pedro Zambarda, com gameplay de Ana Lesnovski, do Meteoro Brasil. Texto tem spoilers leves. Os mais pesados entrarão num texto mais adiante.

O YouTuber Futurasound Productions diz que o primeiro Death Stranding é como Minecraft. E Death Stranding 2 On The Beach é mais Mad Max. A verdade é que Hideo Kojima, que está em turnê mundial – no momento que escrevo este texto, ele está em Lucca, na Itália, e passou pelo Brasil na BGS -, e a Kojima Productions traíram o primeiro game.
E como uma traição digna de cinema, Kojima não oculta neste segundo capítulo que ele passa a beber de Metal Gear Solid e da sua trajetória na Konami. Mas ele ressignifica passagens, aprofunda mensagens políticas pró-ecologia (alô, Rainy!) e se permite mergulhar muito no personagem Sam Porter Bridges, interpretado por Norman Reedus, seu amigo próximo há uma década.
O tema da pandemia da Covid-19 coincidiu com o primeiro DS em 2019, porque a doença se espalhou em 2020. No entanto, On The Beach abraça o tema pandêmico e questiona as conexões das redes sociais.
Muitas vezes criticando a extrema direita, o ódio e até os discursos nacionais.
Mergulhado na relação entre Sam e sua filha Lou, a Louise, Death Stranding 2 sai de uma América conectada para adentrar no cenário do México e, posteriormente, chega até a Austrália. As mudanças de cenário mostram Kojima criando um universo fictício baseado no nosso mundo, com biomas ultrarealistas, e levemente diferente.
As conexões emocionais, a possível perda da filha, a tragédia humana e muitos tiroteios mostram que a franquia é fiel muitas vezes subvertendo seus próprios princípios.
No começo do game, os jogadores do primeiro vão sofrer com mudanças de comando. No entanto, refinado com inteligência artificial (o que levou muitos a criticarem Kojima por endossar o uso da IA), Death Stranding 2 pode ser uma porta de entrada mais agradável para quem não gostou das caminhadas intermináveis do primeiro.
Ou de seu final insuportável.
Você pode aprofundar Death Stranding 1, traindo os conceitos de não-violência do primeiro neste segundo, ou jogar a franquia de trás para frente, experimentando tudo o que Hideo Kojima pode oferecer em seus jogos mais autorais.
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Notas
- Gráficos: 10
- Jogabilidade: 10
- Som: 10
- Replay: 10
- Nota final: 10
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
