Resenhas

Enotria: The Last Song, uma resenha. Por Elio Filho

Como fã inveterado dos games da franquia Souls e de todos os desdobramentos que a FromSoftware inventou à partir deles (Bloodborne, Code Vein, Sekiro, Elden Ring e etc), poucos títulos chamados “soulslike” me entusiasmam de verdade. Alguns como LIES OF P surpreendem, outros como o brasileiro DOLMEN até empolgam, mas logo essa chama apaga por muitos e diferentes motivos…

Enotria: The Last Song. Foto: Divulgação/Montagem Pedro Zambarda/Drops de JogosEnotria: The Last Song. Foto: Divulgação/Montagem Pedro Zambarda/Drops de Jogos

Enotria: The Last Song. Foto: Divulgação/Montagem Pedro Zambarda/Drops de Jogos

Quando Enotria: The Last Song foi anunciado fiquei com o radar activo sobre o jogo, para acompanhar o lançamento (primeiro viria para Playstation e PC, depois para Xbox) e confesso que fiquei bastante dividido pelas diferentes opiniões quando a versão de Playstation 5 foi analisada. Diversos problemas, muitas críticas, mas apesar disso alguma coisa havia ali que era magnético para quem gosta muito desse gênero de jogo.

Quando saiu a versão de Xbox com todas as correções e updates, resolvi apostar e não me decepcionei: Enotria é espetacular! Viciante, desafiador, ao mesmo tempo que pune seus erros, recompensa a exploração e os acetos na medida certa. Se não fosse o sistema de farming bastante repetitivo e ingrato, esse teria sido mais uma platina certa (100% dos troféus conquistados) para a minha coleção. Mas já lá vamos.

Enotria: The last Song é um RPG de ação que leva os jogadores a uma região bem ensolarada, iluminada, alegre, bem diferente das trevas que estamos acosutmados em outros jogos similares. Os personagens estão presos numa espécie de praga eterna e distorcida, conhecida como “Canovaccio”. Cabe a nós, um mero “Sem Máscara”, vencer as entidades teatrais corrompidas e livrar o mundo do jogo dos Autores que controlam esse espetáculo macabro e perpétuo.

O jogo é descrito como “soulslike”, mas ao contrário de outros títulos pertencentes ao gênero, se passa em um mundo retratado com as cores do verão italiano (a sede da desenvolvedora JYAMMA STUDIOS é em Milão), como eles mesmos gostam de descrever, o jogo tem uma “alma de verão”.

Enotria: The Last Song se passa em um continente de mesmo nome, no qual vários países e culturas prosperaram de diferentes maneiras – até que tudo desmoronou. A maldição começou a se espalhar pelas terras, privando-as dos seus habitantes e dos seus papéis para torná-los parte do seu espectáculo. Em um mundo esvaziado de alma nossa missão é fazer tudo voltar aos dias gloriosos depois de enfrentar muitos inimigos e os criadores do Canovaccio, bem como aqueles que servem a eles.

Distinguido de outros expoentes do gênero por sua atmosfera ensolarada, inspirada nas paisagens italianas, Enotria: The Last Song é um videogame de ação no estilo Souls-Like com uma mecânica única. Durante a aventura é possível usar diversas máscaras obtidas de inimigos derrotados, cada uma delas com poderes/características que modificam a jogabilidade ao estilo do jogador, além da abordagem de cada um dos encontros. A essas máscaras se somam “habilidades” que o jogador vai desbloqueando e permitem uma maior configuração do personagem ao seu estilo de jogo pessoal.

Exemplo: eu sou quase sempre puro melee, ou seja, um tanque de guerra com espada gigantesca. Para o meu estilo usei armadura que aumenta o dano físico e me protege mais dele, ao mesmo tempo que somei talismãs que causam dano físico indireto nos inimigos ao executar parry, rolar, ataque forte com o R2, etc… são itens que desbloqueamos com o caminhar da história conforme o jogador explora os cenários, bem complexos e cheios de detalhes/passagens/escadas.

Além disso é possível equipar-se com uma das 120 armas disponíveis para as 8 classes existentes, 45 feitiços, modificadores de defesa, de ataque e muito mais personalizações, além de poder melhorar seus atributos no chamado “Caminho dos Inovadores”, uma espécie de árvore das habilidades que mencionei acima e desbloqueiam poderes. São mais de 150 milhões de combinações possíveis de construções de personagem, uma experiência quase ilimitada.

A exploração também é única no gênero, apresentando o distinto Ardore, que permitirá alterar radicalmente o mundo do jogo, desvendando segredos e abrindo novos caminhos exploráveis. Esse Ardore é uma espécie de portal momentâneo que se abre no jogo, permitindo alcançar caminhos antes inexistentes e lutar contra inimigos mais avançados que resultam em boas recompensas e tesouros ocultos.

Fiz questão de terminar 100% do jogo vencendo inclusive os inimigos mais fortes opcionais, na vontade de fazer todos os troféus do jogo. Mas para isso desobri que, além de 2 finais diferentes em duas gameplays, ainda é preciso matar dezenas de vezes os mesmos inimigos comuns de diversos mapas que vão liberando capítulos de uma biblioteca relativa ao jogo, uma mecânica um tanto repetitiva e desnecessária, até destoa da obra de arte que foram as mecânica de jogo e a jogabilidade em si.

Uma coisa que gostei e que agrada tanto gregos como italianos (*pun de Godfather) é poder jogar no modo “Soulslike” (mais difícil) ou no modo “Story” (mais fácil) permitindo assim que numa primeira rodada o jogador explore os cenários mais tranquilo e depois possa, cheio de coragem, enfrentar o verdadeiro desafio de Enotria no modo mais difícil. Ou também que o jogador mais casual não sofra tanto com os inimigos como normalmente acontece nos Souls.

Recomendo a todos os fãs que dêem uma chance a esta obra de arte no melhor estilo italiano, com paisagens muito bem-feitas, mapas ricos em detalhes que retratam uma arte de muito bom gosto. A ambientação é rica, as armas são bem acertadas, a jogabilidade excelente com o sistema de esquiva e de parry que também causam danos e interrompem ataques dos inimigos, diversos itens como bombas e objetos que podemos arremessar contra os adversários, são muitas dezenas de horas de exploração de mapas e de desafios bem empregados.

A gameplay oficial na última Gamescom 2024 pode ser conferida aqui:

Para o jogo levar o “Seal of Quality” faltou MULTIPLAYER, mesmo outros souslikes recentes como Lies of P acrescentaram um modelo de ajuda com um “fantasma” sumonado, Enotria é single player e mais nada. Um modo multiplayer cooperativo e crossplay entre plataformas seria um sonho para esse jogo, com invasões e duelos ao melhor estilo que conhecemos na franquia original.

O jogo está disponível para XBOX, Playstation e PC.

PRÓS

  • Soulslike de muita qualidade
  • Mapas divertidos de explorar e muito bem feitos
  • Mecanicas de combate adaptativas a cada player
  • Modo Story leve e modo Soulslike hard

CONTRAS

  • Sistema de farming de ininimos bem repetitivo
  • Ausência de multiplayer / coop

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Elio Filho

Aprendi em 1983 com o Atari 2600 o que era um videogame. Sou do tempo da internet discada, das cartas em máquina de escrever e de conversar pessoalmente! Do Telejogo Philco-Ford ao portátil mais recente, gosto de experimentar games indies e de poder ajudar que se tornem títulos AAA. Coleciono games que fizeram parte da minha história! Pai, Motociclista e Gamer. 😉

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