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Inside, uma resenha. Por Mayara Fortin, colaboradora do Drops de Jogos

Assim como seu predecessor, Inside é um jogo de plataforma, sem diálogo, sem qualquer explicação escrita, com um clima macabro – não vou dar spoilers, mas os momentos finais do jogo conseguem ser um tanto quanto perturbadores.

Limbo 2.0

Depois de zerar o jogo, fui ler outras opiniões sobre a história, porque eu não posso mentir que fiquei meio confusa. Como o jogo não conta nada de forma explícita e tudo está aberto à interpretação, confirmei o que eu já imaginava: Existe mais de uma teoria sobre a história do menininho, personagem principal.

Durante o gameplay, fui me lembrando de como eu me senti perdida jogando Limbo e de como eu – na época – não tinha noção alguma da história dele. Acredito que, apesar da abertura para interpretação, Inside teve mais sucesso em ser menos abstrato, o que me fez questionar a história mais pontualmente e não durante todo o jogo.

Mais uma vez, apesar de ter gráficos um pouco mais elaborados e uma história e contexto próprios, realmente, eu me senti jogando um novo Limbo o tempo todo. Isso poderia ter sido algo negativo, porém todas as coisas que me incomodaram no título anterior pareceram ter sido melhoradas nesse mais novo. Por exemplo, lembro de me frustrar muito em momentos em que o jogo exigia que os comandos fossem hiper precisos e em Inside, apesar de sentir que em diversas partes eu não teria tempo e não podia titubear, não houve um único segundo de frustração. Tudo que eu senti foi tensão. 

Em relação a mecânica, ela também subiu um degrau de complexidade: Além de andar e pular, o personagem interage com objetos de maneiras diversas (empurrando, carregando, abrindo, ligando, etc.) e interage com outros personagens.

Balanço geral

Vale a pena. De tempos em tempos você será surpreendido com uma nova mecânica, um novo inimigo ou uma nova área e contexto. Surpresas geram motivação para continuar.

O jogo é bem produzido e as emoções – tensão, medo, insegurança, dúvida – são tão reais que eu acho fácil zerá-lo em um playthrough único e ficar boquiaberto ao chegar no final. E, apesar da relação clara, o jogo é completo mesmo para quem não tenha jogado Limbo.

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Mayara Fortin é arquiteta por formação, viajou e viveu pelo mundo, do Leste Europeu aos Estados Unidos. Atualmente trabalha como Relações Públicas do Void Studios, de São Paulo, e é uma fã vidrada em games independentes. Sua paixão pelos indies é tanta que um dia ela pretende conseguir fazer reviews de tudo o que já jogou. Foi a correspondente do Drops de Jogos em Los Angeles, durante a E3 2016.

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