Overwatch, uma resenha - Drops de Jogos

Overwatch, uma resenha

Tive o privilégio de ver a evolução de Overwatch na mídia. Do anúncio na BlizzCon de 2014 até os prêmios conquistados em 2016, incluindo o The Game Awards, o jogo mostra uma trajetória virtuose de um produto feito para emplacar. Ele não só deu certo como é o melhor jogo do ano.

Foto: Divulgação

Os motivos do sucesso são inúmeros e são, incrivelmente, simples. Elencamos alguns deles nesta resenha.

Não há história

Na verdade, a história de Overwatch existe. Trata-se de um grupo de heróis especiais criados pelas Nações Unidas para combater os Omnics, robôs mortíferos que ameaçam os seres vivos. O enredo está mais claro nas animações do jogo na internet. Tudo isso pouco interessa ao ligar seu PlayStation 4, Xbox One ou PC.

Como a franquia Team Fortress, o que importa em Overwatch é seu modo multiplayer. O jogo não traz nenhum modo história. Só há um tutorial e as partidas tipo Arcade (time A contra time B) ou modalidades específicos, como o especial Paraíso Congelado de Natal com a personagem Mei. O foco é no tiroteio com personagens distintos com poderes especiais, imitando MOBAs como League of Legends.

Este é o primeiro FPS da Blizzard que se tornou um sucesso absoluto recorrendo a uma fórmula dos jogos de luta: Dane-se a história.

Saiba trabalhar em equipe

Cada personagem tem funções específicas. Geralmente ele possui uma arma com tiro tradicional, um boost de velocidade, uma habilidade especial, e uma defesa. E ele pode ser de um dos quatro tipos: Ofensivo, Defensivo, Tanque ou Suporte.

Alguns heróis, principalmente os de suporte, não seguem a regra de uma arma, velocidade e habilidade espcial. Para entender cada personagem, é bom verificar seus comandos antes de escolher.

Personagens ofensivos foram compostos para ataque. A meta é causar o maior número de dano e mortes no time adversário, seja usando rifles, pistolas ou mesmo espadas. Genji, McCree, Pharah, Reaper, Soldado 76, Sombra e Tracer pertencem a esta classe.

Os defensivos também causam dano, mas eles servem para segurar posicionamentos e garantir o domínio de territórios. Eles são bons em atuarem num ponto fixo, assim como são os "campers" em Counter-Strike. Bastion, Hanzo, Junkrat, Mei, Torbjörn e Widowmaker são do grupo.

Taques possuem muita vida, aguentam pancadas e podem fazer a jogada que salva o time inteiro se receberem o suporte correto, junto com os personagens ofensivos. Fazem parte deste grupo: D.Va, Reinhardt, Roadhog, Winston e Zarya.

Por último estão os personagens de suporte, essenciais para todos os demais, especialmente tanques e ofensivos. Ana, o brasileiro Lúcio, Mercy, Symmetra e Zenyatta são seus representantes.

Peguei gosto por três personagens: Bastion (recomendado para iniciantes pela simplicidade), Winston e D.Va. Dependendo do time e da partida, vou trocando de herói. O fundamental é saber trabalhar em equipe e ajudar seus parceiros.

Cada um tem uma habilidade específica. D.Va é uma garota dentro de um robô gigante, um mecha, que dá pouco dano apesar de sua munição infinita. No entanto, além de ter bastante vida, seu especial é ótimo pro time todo. Ela explode o mecha matando o máximo de adversários ao redor, o que frequentemente a coloca como jogadora da partida, um prêmio para quem faz mais pontos.

Bastion é lento, mas é capaz de transformar seu corpo inteiro de robô numa metralhadora automática que dá cobertura para todos no time. E o especial dele o transforma num tanque móvel com lança-mísseis.

Formação de comunidade

Desde 2004, a Blizzard fez sucesso absoluto com World of Warcraft ao transformar uma franquia de estratégia em tempo real num RPG massivo que dura há mais de 10 anos. A empresa, desde então, lança poucos jogos originais e prefere apostar em títulos que ela sabe que vai vender. Overwatch foi seu primeiro salto no escuro em anos e… foi um sucesso absoluto pelo fator comunidade.

Lançado em 24 de maio de 2016, o jogo acompanha os constantes feedbacks e faz alterações conforme os elogios e as reclamações surgem. A personagem ultrarápida Tracer, capa do game, foi criticada por ter uma pose da vitória exibindo sua bunda. Grupos feministas afirmaram que a heroína estava sendo objetificada sexualmente. A Blizz ouviu e retirou a pose, afirmando que não condiz com a personagem.

Neste mês de dezembro, foi revelado num quadrinho que Tracer é lésbica, o que mostra um total avanço do game em pautas LGBT. A preocupação com minorias em Overwatch mostram seu trabalho cuidadoso na formação de uma comunidade menos tóxica e mais inclusiva com players que eram naturalmente excluídos de outros jogos.

Pouca violência e densidade

Overwatch é recomendada para maiores de 12 anos. O design dos personagens parecem um filme da Pixar ou da Disney em 3D. No entanto, o game passa longe de ser infantil. Ele é denso e exige estratégia em um shooter frenético.

Não se vê sangue ou apelo a violência, mas Overwatch é altamente competitivo. Não vai ser incomum você emendar uma partida atrás de outra, isso quando não estiver em disputas rankeadas. Cada subida de nível vem com caixas e brindes para mudara a aparência dos seus heróis.

A densidade se traduz numa curva de dificuldade progressiva, que não espanta os jogadores casuais e atraí quem estiver encantado pelo game.

Um jogo nota 10?

Eu dificilmente dou nota máxima a qualquer produto da cultura popular, seja filme, livro ou game. Acredito na função da crítica e acho fundamental apontar falhas e defeitos para melhorar o futuro trabalho. Mas a Blizzard é perfeccionista e atingiu seus objetivos com este game que nunca tinha sido feito por eles antes.

Eles criaram um jogo de tiro quase impossível de largar. Vai ser uma diversão de horas seguidas, meses, anos.

Notas

  • Gráficos: 10
  • Jogabilidade: 10
  • Som: 10
  • Replay: 10
  • Nota final: 10

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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