Por Pedro Zambarda, editor-chefe.
O Zeenix é provavelmente a melhor notícia da Gamescom Latam 2024. Anunciado antes do evento em um showcase online, ele não é um console como foi o Zeebo da própria TecToy, um projeto que foi um retumbante fracasso. Zeenix é um PC portátil, com Windows instalado e um design que lembra produtos líderes de mercado. Ele compete diretamente com o Steam Deck, para não ficar em meias palavras. Mas o desenho é de Nintendo Switch.
Segurar o Zeenix deixa ele bem encaixado em mãos razoavelmente grandes. Ele não é muito fino, mas não é excessivamente pesado. A tela é de seis polegadas e pode ser conectado a um monitor.
Senti somente uma parte inferior levemente aquecida durante a experiência, mas não o suficiente para atrapalhar o hands-on. A autonomia da bateria não é muita, entre uma hora e quatro horas de duração. Mas o fato de ser um PC, não um console, o coloca na principal tendência de mercado: o crossplay e cada vez menos exclusivos para consoles.
Jogamos quatro games no estande da TecToy, lindo por sinal, na Gamescom em São Paulo. DAMNED 2, Master Lemon, Gaucho and the Grassland e Deathbound. Todos games indies brasileiros.
DAMNED 2 foi a experiência que menos gostei – e que tem seu nicho. Porta-vozes da TecToy afirmam que ele tem uma comunidade nacional engajadíssima nas redes sociais. Trata-se de um game de terror, principalmente psicológico, com um protagonista desarmado inicialmente e assimétrico, randomizado. A experiência não pegou porque o evento estava cheio. Muito barulho. Pouca imersão. O jogo talvez valha uma segunda tentativa.
Master Lemon parece feito para roda lindamente no Zeenix Lite. Mistura a mitologia islandesa e o Brasil para contar a história do amigo de um desenvolvedor de games que era poliglota e que queria conhecer o idioma da Islândia. Oscila entre o sonho e a realidade em uma gameplay que lembra os The Legend of Zelda tradicionais.
Já Gaucho and the Grassland, vencedor da pesquisa Drops de Jogos/Geração Gamer, e da Epopeia Games, trouxe a belíssima lembrança de jogs The Legend of Zelda Breath of the Wild no Switch. Montar no cavalo, customizar a protagonista ou o protagonista, além de laçar gado e construir casas é excelente para entrar dentro do aparelho brasileiro. Tudo isso trazendo o folclore do Rio Grande do Sul, um estado que infelizmente foi afetado recentemente pelas enchentes e pelo descaso de governantes.
Por fim, o potencial do Zeenix está no belíssimo Deathbound. Um soulslike brasileiro que não fica nada atrás de Elden Ring ou Dark Souls, com a possibilidade de trocar entre 4 personagens espirituais enquanto você assassina monstros.
Aliás, é sensacional jogar com o personagem capoeirista. Uma experiência de ponta nos games com a nossa cultura brasileira.
Esses jogos e a existência do Zeenix dão esperança para eventos como a Gamescom Latam. E para o Brasil como um todo.
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