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Uncharted 4: A Thief’s End, uma resenha. Por Paulo Zambarda de Araújo, colaborador do Drops de Jogos

As primeiras cenas que abrem Uncharted 4 são a parte mais importante para a franquia Uncharted. Sem entrar muito nos controles, a sequência que introduz os irmãos Drake estabelece uma cumplicidade inabalável entre eles. Essa cumplicidade se torna uma grande parte de suas vidas antes de uma fatal separação, que dura quinze anos até o seu reencontro misterioso.

Uma história de família com espionagem

Depois dessa introdução, o jogo entra em um ritmo bastante previsível pelas 10 horas que levam para jogar todos os vinte e dois capítulos. Cada cenário – Itália, Escócia e Madagascar – traz boas doses de puzzles, tiroteios e sequências de ação que vão marcar o jogador com o espetáculo de violência e malabarismos protagonizados por Drake e companhia.

Há um enorme contraste entre Uncharted 4 A Thief’s End e Uncharted: The Nathan Drake Collection. A coletânea das três primeiras aventuras lançada em Outubro de 2015 reconhece as mudança feitas no mundano Uncharted: Drake’s Fortune para tornar Uncharted 2: Among Thieves um dos jogos mais marcantes da sua geração, e como a estagnação da fórmula colocou Uncharted 3: Drake’s Deception um bocado abaixo das expectativas dos fãs da franquia.

Uncharted 4 faz uma análise cuidadosa dos pontos fortes dos jogos antecessores. O resultado é uma revisão dos controles e do level design. São poucas as adições, mas os novos desafios fazem você pensar um rotas diferentes para chegar até o objetivo, incluindo optar por infiltrar uma base inimiga ou disparar a vontade sem que o jogo te penalize por essas e outras decisões.

Muitas das melhorias no combate aspiram aos sistemas de stealth e de combate corpo a corpo introduzidos em The Last of Us. O gancho que Drake apresentou nos primeiros trailers do jogo é usado tanto para atravessar precipícios, quanto para nocautear capangas desavisados. E há momentos onde o jogo abre mão da ação frenética para que você investigue e absorva elementos do cenário que dão cor e textura aos personagens daquela trama.

Um detalhe menor, mas muito aplaudido foi a inclusão de extras à aventura que jogadores podem habilitar após terminar o jogo pela primeira vez. Modificadores, filtros, trajes e armas especiais podem ser de desbloqueados usando créditos ganhos ao achar tesouros e descobrir conversas secundárias.

Multijogador e sobrevivência

A porção multiplayer de Uncharted 4 pode não atrair todos os gostos, já que ela explora mais os tiroteios e o trabalho em equipe, duas coisas que já existem em abundância na campanha principal. Por outro, ele oferece muito aos jogadores interessado em se aprofundar nessas duas areas.

De tutoriais separados por mecânicas e por nível de dificuldade, a uma loja de cosméticos que podem ser comprados com dinheiro do jogo ou dinheiro de verdade. O componente multiplayer de Uncharted 4 prolonga a vida útil do jogo com conteúdo bastante diversificado, mesmo que
não haja profundidade nos seus modos de jogo.

Em uma atualização em dezembro de 2016, a Naughty Dog disponibilizou um modo de sobrevivência gratuito para todos os jogadores donos do jogo. O modo traz mapas novo para uma experiência multiplayer limitada em até quatro jogadores. O objetivo sendo destruir ondas de inimigos que ficam maiores e mais perigosas a cada round.

De vez em quando surgem objetivos especiais, como proteger um perímetro ou derrotar um inimigo sobrenatural. Um aspecto que chama a atenção em relação ao resto do multiplayer, é como esse desafio pode ser ajustado para níveis de dificuldade mais baixos, onde mira automática e uma quantia maior de vida fica disponível para jogadores principiantes.

Jogo que mexe no que precisa

Uncharted 4: A Thief’s End aproveita toda a potência da nova geração para implementar melhorias aos sistemas mais pertinentes à franquia. O diálogo entre as suas partes faz dele uma experiência single player inesquecível, e deixa um legado para que jogos que seguem
tendências irem além da expectativas dos seus jogadores.

Notas

  • Gráficos: 9,5
  • Jogabilidade: 9
  • Som: 9
  • Replay: 10
  • Nota final: 9,4

Paulo Zambarda de Araújo é desenvolvedor de jogos, formado pela PUC-SP, e é professor de inglês.

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