O personagem de Marcus é chave para o sucesso de Watch Dogs 2. Ele é um pária da sociedade que vive como um cidadão de segunda classe. Para combater isso, ele joga pelas próprias regras, está cercado de ativistas que foram forçados a tomar uma atitude depois que o sistema os alienou de propósito.
Infelizmente, o Marcus Holloway de Watch Dogs 2 também é muito diferente daquele que nós controlamos. Por isso Watch Dog 2 perde muito do seu encanto dar ao jogador liberdade para roubar e matar sem que haja alguma repercussão no mundo do jogo. Isso contrasta fortemente com a imagem de um hacktivista que quer o melhor pra sua comunidade.
Na história, ele quer derrubar um sistema opressor e conta com a boa vontade dos seguidores da Dedsec.
Incidentalmente, hackear São Francisco é fácil, rápido, e os resultados são muitas vezes hilários. O mais importante, é como esse hábito de invadir e deturpar é fundamental para cumprir as missões primárias e secundárias.
O jogador tem acesso a drones para navegar terra e ar, uma arma de choque com munição infinita e a Thunderball (bola de bilhar + cordão de bungee jump) para atordoar e desacordar inimigos sem que nenhuma vida seja tomada.
Não é novidade a Ubisoft integrar os seus jogo em um serviço secundário (como era o uplay, agora chamado de Ubisoft Club). Por outro lado, algumas das interações com Watch Dogs 2 chamaram a minha atenção, como a possibilidade de escolher desafios da semana (ex. Hackeie cinco jogadores com sucesso), e trazer a porção single player e multiplayer do jogo para uma mesma sessão.
Os modos multiplayer consistem em três variações: NetHack, o pique-esconde original de Watch Dogs (2014); Caça ao Fugitivo, onde o jogador pode perseguir ou ser perseguido por outros jogadores enquanto foge da polícia; e missões cooperativas, que estão espalhadas pelo mapa e consistem em invadir território inimigo para roubar um veículo, destruir uma carga, ou libertar um prisioneiro.
A verdadeira magia do multiplayer acontece quando esse modos se sobrepõe Um exemplo: Eu e um outro jogador estamos fugindo da polícia após cumprir uma missão quando, de repente, temos um terceiro jogador ajudando a polícia, que hackeia nosso carro para fazer ele bater.
Vale destacar a trilha pelo produtor musical Hudson Mohawke. Suas composições para a trilha sonora do jogo são de excelente nível, e a temática ciber escolhida para abrir e pontuar várias das viradas na história principal (uma delas é um festival parecido com o Burning Man), são intrínsecas à cultura alternativa que permeia o jogo todo.
Todos esses detalhes envolvendo os objetivos de Marcus e os meios que ele usa para chegar até lá formam as camadas mais superficiais de Watch Dogs 2. Por baixo da pele, o jogo aborda uma série de questões sociais pertinentes a nossa realidade, como gentrificação, segregação,
ideologia de gênero e sobrevivência sob constante vigilância.
São todos temas que exigem muito cuidado, e que, em certa medida, a Ubisoft mais acerta do que erra. Resta saber se toda a revolução que Watch Dogs 2 promete para o jogador vai perdurar nos próximos títulos, ou se vamos encarar outro retrocesso no futuro próximo.
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