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Unity parece recuar em plano de cobrar desenvolvedores

Depois de uma reação negativa da indústria, a Unity diz que alterou seu plano de taxar a instalação de games que usam seu motor gráfico. A empresa desenvolvedora da Unity Engine anunciou uma grande mudança em seu modelo de negócio na última semana.

Isso inclui uma “taxa mensal extra por nova instalação de jogo“, contando reinstalações e instalações em diferentes plataformas. Com isso, desenvolvedores que usam o motor gráfico Unity teriam que pagar uma certa porcentagem a mais por cada download de suas criações.

Fariam isso além dos valores já estabelecidos para as licenças de uso, de acordo com as novas regras definidas. Num comentário para a newsletter Axios, um representante da Unity disse que um “reagrupamento” foi realizado para “discutir mais a fundo algumas das questões levantadas pelos desenvolvedores de jogos e fazer algumas concessões”.

Um exemplo de alteração é que a taxa cobrada por reinstalações não seria aplicada. A cobrança só ocorreria quando um usuário instalasse um jogo pela primeira vez. No entanto, múltiplas taxas ainda seriam cobradas se um usuário baixasse o mesmo jogo em diferentes dispositivos.

Quanto ao Game Pass e outros serviços de assinatura, as taxas seriam cobradas dos distribuidores — no exemplo do Game Pass, seria a Microsoft. Até então, o uso do motor gráfico Unity é autorizado a partir de um modelo sem royalties (cobrança sobre os direitos de um produto) e com base em níveis de assinatura.

Qualquer pessoa cuja receita ou financiamento seja menor que US$ 100 mil ao longo do ano pode manter uma licença Unity Personal gratuita. Desenvolvedores com receita de US$ 100 mil a US$ 200 mil, no entanto, precisam assinar a Unity Plus. O plano Pro e o plano Enterprise são direcionados para receitas ainda maiores.

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Unity. Foto: Divulgação

No começo, a nova taxa seria cobrada de títulos que faturaram US$ 200 mil ou mais no último ano e que têm pelo menos 200 mil instalações. Os assinantes do Unity Pro e do Unity Enterprise, por sua vez, teriam que pagar o valor extra ao ultrapassar US$ 1 milhão em receita e 1 milhão de instalações.

A opção Unity Plus seria extinta, obrigando criadores de jogos a assinarem os planos mais caros. Trazendo números mais concretos, os desenvolvedores que usam o Unity Personal gratuito pagariam US$ 0,2 por nova instalação após superarem o limite de 200 mil downloads. Já os assinantes do Unity Pro e Enterprise seriam cobrados em US$ 0,15 e US$ 0,125, respectivamente, após cruzar a marca de 1 milhão.

Esse novo modelo de negócio da Unity, se levado até o fim, deve afetar vários serviços existentes no mercado de jogos, incluindo o Game Pass.

Ofertas de jogos grátis e bundles não entrariam na cobrança, mas não se pode dizer o mesmo de acessos antecipados, versões betas e demos que deixam os jogadores chegarem ao fim de títulos. No Twitter, a Unity afirmou que “este é um aumento de preço que afetará apenas um pequeno subconjunto de usuários atuais do Unity Editor“.

Outro ponto que vale esclarecer é que a nova taxa se aplicaria a todos os jogos em Unity existentes no mercado.

Se um jogo muito antigo fosse instalado após 1º de janeiro, ultrapassando os limites divulgados, ele geraria uma cobrança extra.

Eles recuaram mesmo? A ver.

Com informações do Jovem Nerd.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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