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Mas, afinal, como as novas leis afetam o mercado de jogos em geral?

Apesar de ser conhecido como um gigante adormecido pelo pouco investimento na fabricação de títulos próprios e leis relacionadas ao iGaming, o Brasil é o terceiro maior mercado gamer do mundo, com mais de 95 milhões de jogadores, atrás apenas da China e Estados Unidos. Com a recente aprovação das bets e jogos de cassino, estima-se que esse mercado receberá mais atenção governamental e investimento internacional. Mas o que isso realmente muda para o mercado de jogos nacional?

Com a aprovação das leis e fiscalização, a receita do mercado de jogos de azar online no Brasil deve chegar a US$1.97 bilhão apenas em 2024 e apresentar uma taxa de crescimento anual de 16,51% até 2028. Embora os cassinos online estejam gerando a maior parte da receita atualmente, espera-se que as apostas esportivas alcancem este nível nos próximos anos devido à enorme popularidade dos esportes no Brasil.

No entanto, essas previsões não se limitam aos jogos de azar. Com um crescimento previsto em 70% de 2020 a 2024 e regulamentação aprovada na maioria dos estados, os eSports agora buscam a regulamentação federal. Caso aprovado, jogos eletrônicos como Valorant, CS:GO, League of Legends, Dota 2 e Free Fire serão regulamentados como esportes, recebendo todos os benefícios, inclusive podendo ser patrocinados por casas de apostas esportivas, gerando mais visibilidade para o setor.

A legalização dos jogos de azar no Brasil também traz várias medidas obrigatórias, incluindo a apresentação de uma tabela de pagamento pelas empresas para estimativa de ganho progressivo (RTP). A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) vai bloquear sites sem hospedagem no Brasil e proibir publicidade não cadastrada, evitando propaganda enganosa e sem fiscalização. 

A Lei das Contravenções Penais de 1946 veta jogos que dependem principalmente da sorte, como as plataformas do jogo do Tigrinho e Coelhinho. O jogo do Tigrinho é considerado um dos melhores jogos de slots atuais, onde o usuário precisa adicionar um valor para participar, e é projetado para favorecer a casa ou o provedor, devolvendo ganhos eventuais aos jogadores em chances iguais para cada jogador. 

Embora essa modalidade de jogos possa ser problemática quando não fiscalizada e descontrolada, o cenário de jogos com dinheiro não é incomum ao público gamer. Muitos jogos atuais possuem itens pagos, como skins e cosméticos, que agregam valor à conta e afetam a jogabilidade. Em alguns casos, são considerados pay-to-win (pagar para ganhar). Um bom exemplo são algumas skins cosméticas do MOBA Mobile Legends, que, além de alterar a aparência dos personagens, ainda adicionam dano extra de Poder de Habilidade ou Dano de Ataque iniciais, fazendo uma grande diferença para jogadores experientes. Em países como a Bélgica, Loot Boxes e Gachas também são proibidos, mesmo sendo uma mecânica comum dos RPGs com a qual a maioria dos jogadores lida bem rotineiramente.

As mudanças regulatórias propostas marcam um novo capítulo na saga dos jogos de azar no Brasil, abrindo portas para oportunidades sem precedentes em todo o setor de iGaming. Ao trazer mais operadores interessados em jogos de cassino através da legalização, o país também abre portas para novos desenvolvedores de jogos e cargos não populares no país, como roteiristas, modeladores 3D, tradutores e programadores de jogos.

A mudança em direção à regulamentação, ao crescimento econômico e aos investimentos internacionais posiciona o Brasil no topo do cenário global de jogos de azar e também outras modalidades e gêneros. À medida que a indústria navega por esta fase transformadora, o futuro do mercado de jogos fica cada vez mais claro para esse gigante finalmente desperto.

Redação

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