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Opinião: Shiny mereceu vencer o prêmio de melhor jogo brasileiro da BGS 2016 da IGN Brasil

O game é dotado de simplicidade, mas capricha na polidez gráfica e em sua essência. Shiny é um jogo de plataforma com um robô que tenta salvar seus outros amigos que são máquinas. O título sequer pune o player com mensagens de "você morreu" e tem um forte apelo contra a violência. Seu principal objetivo é encontrar um sentido para a vida do personagem através da ajuda de outros.

Por que eu sei isso sobre o game? Eu falei extensivamente com seu criador, o paulistano Daniel Monastero. Conversei com ele durante a BGS, na festa da IGN e ontem, durante a SBGames. Formado em Direito, advogado, foi agente do Ministério Público e Policial Militar. Sobre sua vida pessoal, ele falou prolongadamente sobre ela numa entrevista à VICE.

Mas a grande história é que Shiny é um game ligado psicologicamente ao caminho de Daniel até decidir desenvolver jogos eletrônicos.

Ele entendeu que os jogos digitais podem ser um forma de não propagar a cultura da violência e realmente "salvar o mundo". Longe de seu passado, o desenvolvedor deu aulas na escola AXIS e criou sua Garage 227 com uma equipe talentosa na Praça da República, em São Paulo.

Pela história de Daniel Monastero e de seus amigos, é possível perceber que a mensagem de Shiny é universal, mas só foi possível graças à trajetória pessoal de um criador de games num país caótico como o Brasil. Convivendo com ocupações urbanas em prédios abandonados no centro paulistano e protestos por aumento das passagens no coração paulistano, Daniel teve a inspiração necessária para dar vida aos seus robôs. Também se espelhou no trabalho de Saulo Camarotti, com Chroma Squad, e Sandro Manfredini, com Horizon Chase, ambos destaques do ano passado. 

Shiny também desenvolveu um relacionamento produtivo com a comunidade do console Xbox One, que é ativa. Durante a Brasil Game Show 2016, o game foi um dos grandes destaques nacionais no estande da Microsoft.

Seu reconhecimento pela IGN Brasil veio num momento preciso.

E agora ele pode se consagrar como um dos games que está chamando atenção em 2016, junto com Rocket Fist (Daniel Snd/Thiago Adamo), Eliosi's Hunt (TDZ Games) e Alkimya (Bad Minions).

PS: O autor do texto discorda absolutamente da escolha da IGN de Gears 4 como melhor jogo mainstream da BGS. Horizon Zero Dawn é muito melhor.

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Pedro Zambarda

É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.

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