Por Kaio Duarte / Zona de Propulsão no Mídia Ninja. Reproduzimos o texto na íntegra.
Pretahub e Salve Games apresentam uma experiência decolonial no jogo, onde os jogadores terão que defender o Quilombo dos Palmares de invasores, para conquistar a liberdade dos antepassados. O Brasil é um mercado estratégico para os games, com narrativas desenvolvidas no país.
O mapa, elaborado por uma equipe de historiadores e roteiristas negros, resgata a história de personagens fundamentais da cultura negra brasileira e reforça a urgência da educação antirracista em espaços de grande concentração juvenil. De maneira colaborativa, jogadores entram em batalha com invasores e colonizadores escravocratas para a defesa do território.
“Vejo o potencial na construção de novas narrativas, transpor para um formato que é tecnológico e ao mesmo tempo lúdico e que conversa com as novas gerações, que estão tão conectadas com a tecnologia”, afirmou Adriana Barbosa, diretora-executiva da Pretahub, em entrevista à Forbes Brasil. “É mágico ter a oportunidade de contar uma história com tanta profundidade num game em que as pessoas irão jogar, mas também desenvolver o pensamento crítico a partir de uma perspectiva histórica”, declarou.
Os jogadores poderão escolher entre personagens históricos como Zumbi e Dandara durante as partidas. Armas do século 17, como arco e flecha ou garruchas, podem ser usadas para combater os invasores. O cenário apresenta objetos típicos da época e uma árvore sagrada para a elaboração do mapa.
Dentre os desafios do desenvolvimento, Alexandre de Maio, diretor da Salve Games, comentou o processo de recriação do campo de batalha histórico em Fortnite, incluindo paisagens diversificadas, florestas exuberantes e aldeias antigas. “Realizamos uma pesquisa extensiva com a ajuda de historiadores, além de uma visita técnica e cultural à região da Serra da Barriga, em Alagoas, para coletar informações precisas e elementos visuais ainda presentes nos Quilombos, como a árvore sagrada que permanece no local há centenas de anos”, disse o profissional à Forbes.
Segundo a Pesquisa Game Brasil (PGB), o engajamento dos brasileiros com os games é de 82,1% que consideram que jogar jogos eletrônicos é uma das suas principais formas de diversão. Já sobre a etnia dos gamers brasileiros, como constatado nas edições anteriores, a maioria é negra (54,1%) quando somados aqueles que afirmam ser pretos (12,7%) ou pardos (41,4%), enquanto pessoas que se declaram brancas representam 42,2% dos jogadores no Brasil.
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