Opinião: Quais foram as impressões sobre as conferências da E3?
Bethesda
Primeira conferência explorou corretamente o novo Doom e Fallout 4. Impressionou por respeitar os fãs históricos do jogo de tiro sangrento e por mostrar tantos extras em Fallout que tirou o ar de quem não sabia o que esperar.
Em apresentações curtas, Desonored 2 também foi mostrado, bem como os demais títulos. Nenhum anúncio foi prolongado de propósito.
A empresa fez brincadeiras com o público, mas parece não ter ensaiado muitas piadas. Isso deu um ar de naturalidade muito positivo para a Bethesda na E3.
Microsoft
A empresa não fez uma apresentação surpreendente de cara, mas conquistou pelo inédito HoloLens funcionando em Minecraft e também pela retrocompatibilidade entre Xbox One e Xbox 360.
Foi a companhia que mais anunciou exclusivos e jogos ainda para 2015.
Manteve-se na segurança nos títulos que consagraram a Microsoft no mundo dos games: Tiro, corrida e aventura.
Trouxe uma coletânea boa para as novas gerações da Rare.
Além de apostar em inovação com realidade aumentada, fechou parceria com o Oculus Rift, o dispositivo de realidade virtual do momento.
Eletronic Arts (EA)
Apresentação morna com pico na presença do Pelé no anúncio de FIFA 16 e com a gameplay sofisticada de Star Wars: Battlefront, desenvolvido em parceria com a DICE.
EA manteve-se na segurança dos jogos esportivos, como Madden de futebol americano.
Anúncios deram sono na franquia Plants vs. Zombies e outras mais casuais. Foram anúncios que agradam mais o público de grande família, mas não o gamer mais hardcore.
Unravel surpreendeu com um porta-voz extremamente nervoso (Martin Sahlin) e um jogo graficamente muito bonito.
Ubisoft
Um show no palco com Just Dance, mas uma conferência morna como a da EA, sem muitas novidades.
O novo Assassin's Creed: Syndicate foi um erro por não mostrar mais novidades consistentes, embora sua ausência também pudesse atrair reclamações.
Empresa manteve-se também na segurança de The Division e Rainbow Six Siege, títulos que possuem um público de tiro e ação tática fiel.
Será exaltada por anos por ter sido a primeira empresa ao anunciar Final Fantasy VII Remake. A internet e o mundo que estava assistindo a E3 2015 veio abaixo com essa apresentação.
Recuperou e dará destino a Last Guardian em 2016. Jogo estava em desenvolvimento desde 2007.
Horizon Zero Dawn cativou por uma protagonista feminina que não apela para uma estética sexista.
Sony provavelmente levará o Kickstarter para financiar a E3 após levar o crowdfunding de Shemmue 3 a níveis recorde.
Nintendo
Faltou The Legend of Zelda para Wii U.
A apresentação toda apelou para a nostalgia de Mario, que completa 30 anos neste ano.
Os anúncios também apelaram para os fãs da marca, exibindo até vídeos de YouTube.
O ponto alto foi o anúncio de Star Fox Zero, que foi elogiado por suas inovações. O ponto mais baixo, além da ausência de Zelda, foi Metroid Prime: Federation Force que será lançado para 3DS sem um personagem similar à heroína Samus Aran.
Square Enix
Apresentações com textos enormes e sem empolgação de desenvolvedores.
Pouca explicação sobre teasers de vários games apresentados.
Pouco gameplay dos jogos que chegarão em breve.
Tirou a graça de Final Fantasy VII que foi anunciado com empolgação pela Sony.
PC Gaming Show
Muitos títulos que já foram apresentados durante a E3 e nenhuma novidade realmente exclusiva, já no final da noite do último dia de evento.
Outros destaques
Konami chamou atenção na internet com trailer de história e 40 minutos de D-Walker – um Metal Gear – em MGSV: The Phantom Pain. De acordo com jornalistas que foram na E3, o jogo pode ser o título do ano competindo com The Witcher III e Bloodborne.
Project Morpheus foi demonstrado pela Sony para os presentes em Los Angeles.
A E3 passou a sensação de um equilíbrio saudável entre remakes e jogos novos, além de dar um bom espaço para games independentes grandes e pequenos.
Jogos brasileiros vão chamar atenção no Xbox One em 2015.
Pedro Zambarda
É jornalista, escritor e comunicador. Formado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e em Filosofia pela FFLCH-USP. É editor-chefe do Drops de Jogos e editor do projeto Geração Gamer. Escreve sobre games, tecnologia, política, negócios, economia e sociedade. Email: dropsdejogos@gmail.com ou pedrozambarda@gmail.com.