Não consigo precisar exatamente quando comecei a ouvir falar sobre o game Toren e suas conquistas já bem antes de ser um jogo na plena acepção da palavra. Certamente já havia uma promessa de sucesso e durante todo o período de gestação da aventura, elogios não faltaram.
Foi então que decidi que evitaria ao máximo ver o demo, o pré-jogo ou até mesmo vídeos e comentários. Embora neste processo já tivesse conversado com pelo menos um dos autores, minha ideia era esperar pelo lançamento oficial do jogo, adquiri-lo e somente aí adentrar um ambiente que, mesmo restringindo o acesso às informações, já dava mostras do caminho que seria trilhado. Queria ter uma experiência plena de consumidor que pouco sabe sobre um produto e nem está preocupado com a origem do mesmo. Talvez assim, acreditava eu, poderia ter uma opinião honesta e sem estar impregnado pelo contato inevitável com o universo produtor.
Dito e feito. Compra realizada, bastava aguardar o lançamento, o que ocorreu hoje, dia 12 de maio de 2015 – uma terça feira sem nada de especial. Também destaco que nem estava tão ansioso assim para ver o jogo e não por desinteresse mas por pura preguiça mesmo.
Jogo baixado, instalado e… bem, embora a recomendação seja de jogar com um controle, vou ter que fazê-lo no teclado mesmo. Nada que possa estragar a experiência, acredito eu.
Os primeiros instantes do jogo não são nada surpreendentes. Eu tinha toda razão em achar que informações antecedentes poderiam “estragar” a experiência e mesmo tendo as evitado ao máximo, não pude deixar de linkar alguns pequenos
com o que deveria fazer, onde ir e como proceder.
Estava fácil. Bonito, mas assustadoramente fácil. O que não era explícito, a imaginação completava de forma automática. Mesmo sabendo que ainda haveria muito o que fazer, meu esforço era no sentido de não sentir uma frustração logo no começo.
Ao mesmo tempo que ia me familiarizando com a mecânica funcional, o vício da criação não parava de sinalizar: não deixa de ser uma forma deliciosa de contar uma história; um verdadeiro livro moderno onde a narrativa, ainda que subentendida, envolve o leitor (e não mais jogador) numa imersão plena.
E quando já ia completar o pensamento “isso sim é um adventure gráfico”, com todas as implicações que esse conceito tem, acabo mergulhando em um mar de possibilidades inesperadas. O jogo me ganhou aí.
Sei que tem muita coisa ainda pela frente que eu ainda não vi, mas a ideia de jogar até o final para escrever esse texto já deixou de ter importância para mim. Agora eu quero saborear a experiência com toda a calma e paciência possível. Não há nada que venha pela frente, no jogo, que me fará desgostar dele um tiquinho que seja.
A percepção de que será um sucesso comercial é até mais forte. Que será um marco na produção BR, não há mais dúvida alguma. Que se trata de um baita jogo, bem, só posso dizer que o pessoal acertou a mão. Demorou, mas acertaram.
Esse texto foi postado originalmente no site Play’n’Biz no dia 12 de maio de 2015. Toren, jogo eletrônico do gênero ação-aventura e puzzle, de 2015, foi desenvolvido pela produtora brasileira Swordtales e distribuído pela norte-americana Versus Evil. Renato Degiovani mantém o site Tilt.net, com games autorais, informações e o sistema de adventures em texto Genesis, e continua a colaborar com o jornalismo de games, com a criação eventual de artigos, postados aqui no Drops de Jogos.
Será? Ele está hoje no Flow News do Grupo Flow
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Por uma injustiça na opinião dele
Um clássico que está na memória de muita gente