Navegação
Para navergar por uma loja de aplicativos online, usar a sua cabeça para guiar um cursor por várias telas não parece uma ideia atraente. Porém, o acabamento do Gear VR faz tudo parecer um pouco mais natural em suas ações. Os aplicativos disponíveis no momento permitem a ação de selecionar "com os olhos" alguma forma.
A maior critica contra a loja de apps durante a navegação está na completa ausência de um teclado virtual para buscar aplicativos.
O painel ao lado direito do aparelho, o touchpad, é fácil de usar, com botões confortáveis e que indicam suas ações no visor. Ele acessa quase todos os recursos do telefone, mas pode ser inconveniente para usuários canhotos.
De longe a maior atração no aparelho é o aplicativo para assinantes de Netflix, que podem assistir seus filmes e série em um salão decorado com os destaques mais atuais do catálogo, como BoJack Horseman, Marco Polo e Demolidor. Os filmes podem decorar, por exemplo, as paredes de um chalé nos Alpes.
E, sim, é possível assistir deitado usando uma opção para ajustar o lugar da tela.
Games que testamos
O jogos disponíveis na store atual tem um foco muito grande em experiências em primeira pessoa. Testamos apenas jogos gratuitos e mesmo assim essas sessões não ficaram a desejar. Os jogos jogados foram: Suicide Squad Special Ops, Gunjack, Smash, Snake VR e Jake & Tess Finding Monsters.
Quase todos os títulos acima envolviam disparar em alvos, naves, ou outros objetos. Porém, jogar Snake VR me obrigou a guiar a cobra dentro de uma esfera usando um meu ponto de vista, fazendo dar voltas e voltas, mexendo bastante a cabeça.
Se for apreciar este app, tome cuidado. Você precisará de uma sala de estar espaçosa e sem obstáculos no caminho para não tropeçar durante a experiência.
Jogar Gunjack, um jogo arcade pelos mesmos desenvolvedores de Eve Online e Eve Valkyrie, mostrou muito do que podia ser feito com gráfico de ponta na engine Unreal 4 e uma jogabilidade desafiadora.
Game brasileiro do Black River Studios do Amazonas, Jake & Tess Finding Monsters é outro aplicativo que merece destaque. Ao usar os movimentos e o campo de visão do jogador para colocá-lo em um safári virtual, tirar fotos de monstros fofos e engraçados pode ser uma pedida ideal para quem quer experimentar um nível de imersão disponível apenas na realidade virtual. É um título mais livre de sustos e de ação frenética.
Há experiências que exigem um controle bluetooth conectado ao aparelho, que não foi enviado pela Samsung. Outros jogos que recomendamos são Minecraft Gear VR Edition, Dreadhalls e Bombsquad VR.
Aparelho com bom acabamento
Exclusivo da Samsung, o Gear VR só funciona com smartphones Galaxy Note 5, Galaxy S6/S6 Edge/S6 Edge+, ou Galaxy S7/S7 Edge. O plugue para fixar o celular conecta no USB como se fosse um carregador e tem uma alavanca firme para fixá-lo. O material da carcaça, que mistura plástico e metal dá uma aparência consistente para os óculos.
O design é arredondado nas bordas e nos detalhes internos. Para não expôr o celular, há uma capa preta para vedá-lo. A tela do S7 Edge, que é curva, permitiu uma experiência com resolução de ponta dentro do ecossistema Samsung. A Oculus entrou como parceira no desenvolvimento do aparelho em 2014 e sua presença é mais percebida no aplicativo nativo da marca bilionária que pertence ao Facebook.
Visualmente, embora sejam destinados a públicos diferentes, o Gear VR é mais bonito e leve do que o Oculus Rift. Pesa 318 gramas, enquanto seu concorrente top de linha tem 470.
A questão do preço
O valor de R$ 800 não é barato, mas é possível comprar modelos usados por R$ 600. O Gear VR é um modelo intermediário. Não oferece todo o processamento gráfico do Rift ou do HTC Vive, mas é mais potente do que Beenoculus, Cardboard do Google (que custa apenas US$ 25) e outros modelos de entrada.
É uma boa pedida se você já tem um dos celulares top de linha da Samsung e deseja ter uma experiência de realidade virtual móvel com a melhor qualidade deste segmento no mercado. Gear VR, em 2016, ainda é o campeão no setor mobile.
Paulo Zambarda de Araújo é desenvolvedor de jogos, formado pela PUC-SP, e é professor de inglês.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.