Ela contou um pouco sobre sua carreira narrando jogos de eSports, paixão por Hearthstone e ambições futuras. Confira a conversa.
Drops de Jogos: Você trabalha no Twitch, foi narradora na ESL e tem uma carreira por dentro das principais modalidades de eSports. Você se sentiu bem acolhida ou enfrentou desafios?
Nayara Sylvestre: Eu me senti muito bem acolhida pela comunidade, porque eu comecei a streamar e levar esse trabalho a sério por conta dela. A comunidade me fez ver que valia a pena e sempre me incentivou.
Por outro lado, o cenário do eSport é um desafio todo dia. Tem que ter muita dedicação, tem que estudar muito, tem que estar sempre presente. É trabalho 24 por sete. Muitas pessoas pensam que trabalhar com isso é muito fácil, mas muito pelo contrário.
Tem que ter muita disciplina e ter ciência de que você é espelho pra muita gente. Isso é muita responsabilidade.
DJ: Narrar Hearthstone surgiu como uma opção natural ou você optou por se especializar? Gostaria de ser especialista em outros games?
NS: Eu comecei a jogar Hearthstone por ter muitos amigos, como Coréia e Loxodontes que hoje são pro-players. Eles jogavam no meu círculo de amizade e se dispuseram a me ensinar logo de início, incluindo montar decks. Foi algo que eu me apaixonei logo de início, principalmente pelo fato de uma partida demorar cerca de somente 15 minutos. O que no início eu jogava uma horinha no dia, foi crescendo cada dia mais e, quando menos percebi, estava dedicando horas ao jogo.
Como haviam poucas mulheres no meio, muita gente começou a pedir pra eu começar a streamar Hearthstone. A comunidade sentia falta de uma presença feminina e eu encarei o desafio. E um dia, no meio de uma das minhas lives, um organizador gostou de mim e recebi o convite pra narrar os campeonatos da Panda Gaming. Aceitei fazer um teste e logo de cara eu adorei muito.
O que mais me atraia no jogo sempre foi o competitivo. Não muito tempo depois, fui convidada a narrar a BlizzCon, no mundial de Hearthstone, e depois disso as oportunidades não pararam de aparecer. A própria Blizzard me chamou para ser caster oficial da Copa América neste ano de 2017 e narrei a final da segunda temporada da ESL Premier League. Fui também contratada para narrar a terceira temporada dessa mesma liga, mas, por problemas contratuais entre ESL e Blizzard, ela foi cancelada por enquanto.
Foi algo muito natural e que simplesmente uma coisa foi levando a outra… foi e está fluindo muito bem!
Por ora não pretendo me especializar em nenhum outro game, porque, além de eu ser apaixonada por Hearthstone, o jogo em si é muito complexo e demanda muito tempo de dedicação e estudo.
DJ: Você ainda acha que há muito machismo entre narradores ou com o público?
NS: Entre narradores não. Todos os meus colegas de trabalho são homens e quando fui convidada pra narrar o mundial ele foi feito pelo ComaRox, que atualmente também é caster na Copa América. Eles sempre me respeitaram e nunca me senti menosprezada por conta de gênero e nem capacidade.
Com o público há machismo sim, mas não é uma maioria de maneira nenhuma. Sempre tem aquele que faz um comentário desnecessário enfatizando o meu gênero.
DJ: Quais são seus jogos favoritos?
NS: Eu sempre gostei muito dos jogos da Nintendo, mas atualmente só me dedico ao Hearthstone. Casualmente jogo games de terror, como Outlast. Zerei em stream há cerca de uma semana.
DJ: Tem algo que eu não perguntei e você gostaria de comentar?
NS: O Hearthstone é um jogo teoricamente novo, e estamos em um crescimento constante. Infelizmente aqui no Brasil ainda não temos muitas ligas particulares e nem meios de trabalho para efetivamente viver disso, nem para os casters, pela falta de torneios, e nem para os jogadores.
Eu vejo que a Blizzard trabalha pra aumentar e fomentar cada vez mais esses meios. Por isso, dessa forma, espero de verdade em breve "live the dream" e viver só disso.
Quero largar a vida tripla de advogada-empresária-caster/streamer.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.