A chamada pública recebeu 123 iniciativas, sendo 60 do sudeste, 27 do sul, 24 do nordeste, oito do centro-oeste e quatro do norte. O investimento de R$ 10 milhões privilegiou games das regiões norte e nordeste, para fomentar de forma mais equânime o desenvolvimento nacional. São Paulo concentrou o maior número de projetos por estado, com 32, seguido por Rio de Janeiro (20) e Bahia dividindo com Rio Grande do Sul a terceira posição (10).
Das 123 iniciativas, 51 delas (41,5%) tinham registro na Ancine, enquanto 63 (51,2%) se registraram depois do edital. Nove (7,3%) permaneceram sem registro ou relacionamento com a entidade audiovisual. Dentre os games, 27,64% estavam em pré-produção, 30,89% estavam em pós no ato de inscrição, enquanto 40,65% não informaram o status exato do projeto, o que revela um problema considerável de transparência quanto às iniciativas propostas.
A maioria dos jogos inscritos é do gênero aventura (17), seguido por ação/aventura (14) e ação (13). Estratégia (10) e RPG (7) aparecem mais baixos no ranking e só um projeto de luta foi inscrito para a Ancine. Estas categorizações mostram que há espaço para mais diversidade de gameplay dentro do nosso mercado. A maior parte dos orçamentos solicitados foram entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, de 66 projetos. Somente cinco pediram entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 mi.
Entre os games, 41% estão sendo desenvolvidos para PC/Console enquanto 39% serão para mobile. Estes dados mostram um enriquecimento do mercado nacional, que deixou os tablets e os smartphones e está adentrando no segmento de alto desempenho. A Ancine só deveria ter separado consoles e computadores para dar uma medida mais exata das proporções. Os jogos brasileiros móveis apostam sua maioria no free-to-play (71%), enquanto os de aparelhos focam no preço fechado premium (96%).
Surpreendentemente, 12 projetos (9,8%) cadastrados no edital são de realidade virtual, o que mostra uma tendência de pioneirismo brasileiro nesta área.
Oito projetos ganharam na categoria C da Ancine, de R$ 250 mil para cada e somando R$ 1,9 milhão. Foram eles: Addle Earth (Sunland Estudios de Entretenimento), BaconRun! (Kokku Games), Cupins de Tromba Trem (Copa Studio), Gravity Heroes (Studica Brasil), Josh Journey: Totens da Escuridão (Iuri Araújo Cardoso Teixeira), Kriaturaz (Messier Games), Musashi x Cthulhu (Sandro Tomasetti) e Projeto Sertão EP. 2 (Virtualize Interatividade Digital).
Categoria B teve 13 projetos contemplados entre R$ 250 mil e R$ 500 mil cada e totalizando R$ 6 mi. São eles: Areia (Raimbault, Humberto & Pereira Tecnologia da Informação), Bugidroids (44 Entretenimento Interativo Desenvolvimento de Software), Demagnete VR (BitCake Studio), GUTS (Flux Game Studio), Hero Among Us (ADF Desenvolvimento de Jogos), Keen (Cat Nigiri), Racketboy (Double Dash), Raidboss (Oktagon), Sand Bullets (Duaik Entretenimento), Silo (JO de Queiroga Neto), Super Volley (SouthBox), Terracodex: As 11 Relíquias (Webcore) e Tetragon (Canfudó Estúdio Criativo).
Por fim, a categoria A teve dois projetos aprovados, totalizando R$ 1,9 milhão. Eles foram: Arani (Diorama Digital) e Out of Space (BS Jogos).
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