Por Pedro Zambarda, editor-chefe.
A Brasil Game Show 2024, a BGS, está rolando até o dia 14 de outubro e deve concentrar mais de 300 mil visitantes. Em 15 anos, o evento já somou quase três milhões de visitantes. O encontro organizado por Marcelo Tavares está entre os 10 maiores do mundo, na frente dos eventos americanos e atrás do ChinaJoy, da Xangai.
No entanto, como visitante de muitos anos da BGS, a edição de 2024 está devendo em alguns pontos. Ausência da Microsoft e da PlayStation é sentida pelos visitantes. SEGA e diversas marcas conseguem compôr um rol de grandes empresas bastante atraentes, mas não ocupam a mesma dimensão e peso. Nintendo e Palworld, da Pocketpair, no mesmo evento é uma ironia muito grande – a Big N está processando a empresa dos monstros armados.
Mas o ponto mais crítico é o chamado Pavilhão Indie. Pensado em 2014, o espaço foi fundamental para erguer a cena brasileira de jogos indie e já teve diversas configurações. Mas sempre sofreu por estar restrito a um espaço reduzido e com pouca estrutura para desenvolvedores. Anunciando 30 trailers de jogos indie BR e um espaço três vezes maior, eles deixaram um pouco a desejar.
Primeiro: O espaço menor para um dev expôr seu jogo indie saiu por cerca de três salários mínimos. Muito caro para desenvolvedores independentes que convivem em um cenário caótico de um mercado com layoffs, além de pouco incentivo para estudantes da área. Um dos poucos espaços para isso era o podcast Playcast Games, do professor Reinaldo Ramos, coordenador do curso do setor na PUCSP.
Segundo é que o evento não sinalizou claramente onde estava o Pavilhão Indie. Eram três corredores, com alguns estandes maiores. Mas foi isso. Orube com um baita espaço, Senac e alguns jogos brasileiros inclusive fora do próprio pavilhão.
Um deles foi Odisséia, um jogo educativo de aventura que pode ser customizado por professores e educadores. Um pérola no meio do maior evento de games do Brasil, sem nenhum destaque mais claro para os visitantes.
Gamescom Latam, o antigo BIG Festival, estreou no Brasil com 100 mil visitantes e trazendo a marca do maior evento europeu, da Alemanha, em nosso país. Se a Brasil Game Show não der um destaque maior para os independentes, renovar os convidados para além de dubladores do GTA e de Red Dead Redemption, pode ficar para trás. E é o evento que trouxe Hideo Kojima em 2017. É o evento do Brasil com os maiores nomes.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.