O BIG, Brazil's Independent Games Festival 2015, que acontece no Centro Cultural São Paulo, vem apresentando uma programação recheada de boas atividades, de palestras direcionadas ao desenvolvimento a premiações e demonstração de projeto. Estes, porém, não são o que de mais importante o evento tem a oferecer, acredite. A grande contribuição do evento para o meio produtor de games nacional e seus aspirantes está na concentração singular de profissionais ligados aos games, mas de origens e áreas de atuação as mais diversas. Motivo mais que suficiente para estar por lá, se você apoia este mercado ou pretende, um dia, ingressar com seu jogo.
A equipe do Drops de Jogos, que vem fazendo a cobertura do evento, passou boa parte da última quarta-feira (01/07) transitando entre os totens com apresentações dos jogos e balcões exibindo os games da competição. Embora estejam ali excelente projetos, nada se compara ao prazer e à riqueza de confabular com seus idealizadores, conhecer o pensamento por trás de cada criação, rir das dificuldades encontradas e das criativas soluções encontradas para disponibilizar ao público estes projetos, muitas vezes em tempo recorde.
Circular em um ambiente cercado de profissionais que aprenderam na raça, a exemplo de Vitor Severo Leães, da Swordtales, ou Pérsis e Ricardo Duaik, os irmãos criadores de Aritana e a Pena de Harpia, ao lado de gente que se formou na indústria como Jason Della Rocca, diretor executivo da IGDA e co-fundador da aceleradora Executions Labs, ou Gerson de Sousa, da Abragames, com passagens por Microsoft e Square Enix, entre outras empresas do ramo, deveria ser obrigatório para qualquer candidato a produtor de games, dada a riqueza com que tais contatos se realizam de forma natural e agradável.
Ouvir as opiniões de David Brevik, o criador de Diablo, comentando humildemente com desenvolvedores os problemas pelos quais já passou e as soluções que encontrou em situações semelhantes às vividas pelos nossos profissionais, ou o emocionante relato de 'Edh' Müller, responsável por Tormenta: O Desafio dos Deuses, contando como um programador talentoso e desconhecido conquistou uma vaga na Samsung, são histórias que expressam o valor de um encontro que vai além dos negócios.
As oportunidades para parcerias e bons negócios também estão lá, sem dúvidas. Gente de mercado atenta à qualidade dos projetos apresentados e, mais do que isso, ao nível crescente de qualificação dos jovens que seguem produzindo e se aprimorando a despeito das dificuldades do mercado, são a marca de um momento único no desenvolvimento de jogos nacional, que começa a esboçar sua solidez.
Mais do que premiações às revelações independentes, o BIG mostra que a tenacidade da produção nacional está rompendo o 'coitadismo' brazuca e mostrando que tem chances de competir nesse mercado. Um Big mercado.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.