ABRAGAMES na direção certa. Por Pedro Zambarda - Drops de Jogos

ABRAGAMES na direção certa. Por Pedro Zambarda

Mudanças que podem melhorar a cena brasileira de jogos indie

Brazil Games e ABRAGAMES. Foto: Divulgação/Montagem Pedro Zambarda/Drops de Jogos

Brazil Games e ABRAGAMES. Foto: Divulgação/Montagem Pedro Zambarda/Drops de Jogos

Por Pedro Zambarda, editor-chefe do Drops de Jogos.

No dia primeiro de janeiro de 2024, este Drops de Jogos começou a publicar uma série de reportagens sobre os problemas na pesquisa nacional da indústria de games indie brasileira da ABRAGAMES, a Associação Brasileira de Desenvolvedores de Jogos Digitais. Como autor dos textos, não me arrependo de uma única linha publicada, mas obviamente sofri retaliações por isso.

O fato é que a cena brasileira de jogos indie não ganha absolutamente nada com tapinhas nas costas, elogios vazios e uma desconexão absoluta com a realidade. Não ganha nada com pesquisas que projetam um crescimento num cenário global de demissões em massa. O pé na realidade é fundamental.

Sendo representante de um setor, a ABRAGAMES é abastecida com dinheiro público.

É uma associação, portanto, paga com os meus impostos. Se eu não cobrar, a chance disso virar um problema é enorme. E ela não pode se dedicar somente às empresas que pagam a sua estrutura básica. Ela deve sempre explicações à sociedade brasileira. E não está acima de críticas.

Nós denunciamos também que uma empresa ligada ao setor de apostas se associou à ABRAGAMES para tentar sabotar o Marco Legal dos Games, a lei 14852, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles pretendiam infiltrar os fantasy games, para fazer bets fugirem das taxações do governo federal.

Todas as reportagens geraram certamente desconforto e eu não espero pessoalmente ter simpatia das pessoas. O dever jornalístico não é esse. Mas é importante reconhecer que algumas mudanças já são visíveis.

A primeira foi o trabalho de Raquel Gontijo Menezes, que passou a fazer as relações governamentais e institucionais da ABRAGAMES. Raquel foi em parte responsável pelo alinhamento da associação nacional com as regionais. Um segundo fato importante foi o prêmio em parceria ligando games e turismo com a Embratur, hoje presidida pelo deputado Marcelo Freixo, destaque entre diferentes atuações da ABRAGAMES na primeira edição Gamescom Latam.

A terceira mudança foi o anúncio de que Patrícia Sato como gerente executiva do Brazil Games, de exportação, ligado à Apex e ao Ministério da Indústria de Geraldo Alckmin, no governo Lula. Patrícia é uma profissional reconhecidamente competente nos bastidores da associação nacional e seu nome em um cargo de destaque representa alguma renovação no topo da cadeia.

O comunicado oficial de Patrícia Sato no novo cargo traz uma informação relevante que trago aqui:

Patrícia reforça ainda que os objetivos dos próximos anos estão pautados pelo crescimento da base da indústria brasileira, com ações voltadas à capacitação focada em pequenas empresas das regiões Norte e Nordeste.       

“A grande maioria destes estúdios ainda é de pequeno porte e enfrenta diversos obstáculos para ganhar relevância, concluir seus projetos e, em alguns casos, até se manter no mercado. A internacionalização precisa ser vista como prioridade, até porque estamos falando de profissionais e empresas muito talentosos, empreendendo em um setor onde já se nasce com olhos para o cenário global. Esperamos ajudar a guiar e impulsionar esses desenvolvedores durante a próxima fase do Projeto Brazil Games, prevista para o biênio 2025-26”.

É suficiente essa renovação? Tenho lá minhas dúvidas. Mas são passos na direção correta.

Que passa por reconhecer que os méritos não são unicamente da ABRAGAMES, ao mesmo tempo que a associação é necessária para esse mesmo setor.

E as críticas feitas neste espaço estão mantidas.

Brazil Games e ABRAGAMES. Foto: Divulgação/Montagem Pedro Zambarda/Drops de Jogos

Brazil Games e ABRAGAMES. Foto: Divulgação/Montagem Pedro Zambarda/Drops de Jogos

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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