Nesta última segunda (27) o mundo das Big Techs entrou em parafuso com o sucesso da DeepSeek, uma startup chinesa que lançou no mercado um assistente de IA que é tão bom quanto o mais recente Chat-GPT e muito mais barato.
A comparação com o produto da OpenAI está nos chamados testes de benchmark. A tecnologia da DeepSeek conseguiu resultados que estão no mesmo nível do Chat GPT mais recente, e tudo isso com uma fração do custo: enquanto a OpenAI diz ter usado mais de US$60 milhões para treinar a sua IA, a DeepSeek fez o mesmo com apenas US$6 milhões.
Outra diferença impressionante é o gap tecnológico: os chips usados pela IA chinesa são muito piores e mais limitados do que os que qualquer Big Tech dos Estados Unidos utiliza. Então a surpresa não é apenas por ter conseguido bons resultados de benchmark, mas por ter conseguido se equiparar ao Chat GPT mesmo usando um hardware bem menos potente.
E sabe de quem é a “culpa”? Ironicamente, do próprio Estados Unidos.
DeepSeek só existe por políticas protecionistas dos EUA
Desde que a “corrida” por quem desenvolverá a primeira AGI (Inteligência Artificial Geral) se tornou a grande protagonista do mercado de tecnologia, a administração dos Estados Unidos tem tomado diversas medidas protecionistas para impedir a “livre concorrência” e garantir que as empresas com sede no país tenham uma série de vantagens.
Uma dessas medidas ocorreu durante o governo de Joe Biden, que em outubro de 2022 proibiu a Nvidia de vender para a China os chips desenvolvidos especialmente para uso em aplicações de IA. Enquanto as empresas dos EUA utilizavam o modelo H100 (o mais avançado disponível), as startups a China precisavam se virar com o H800 (um modelo muito inferior).
Esse gap tecnológico obrigou a DeepSeek a achar outras soluções no desenvolvimento de seu assistente de IA, e foi esta nova abordagem que gerou o programa que abalou o mundo nesta semana. Com uma IA não apenas mais barata, mas que consegue rodar em um hardware menos potente, a China já entra na corrida meio que assumindo a liderança do mercado.
Mais um desastre para as Bolsas a caminho?
Mas a última segunda-feira de janeiro pode não ser o último dia de perdas trilionárias para as Big Techs. Tudo indica que há um novo “grande baque” no horizonte para os próximos meses.
Até o momento, os Estados Unidos tinha uma grande vantagem nessa “corrida” por ter o monopólio dos semicondutores. Ou seja, todos os chips de última geração, desenvolvidos para aplicações de IA, eram projetos de empresas americanas. Mas a Academia Chinesa de Ciências já prometeu que deve lançar seu próprio projeto de chip ainda este ano.
A promessa é de que este chip não apenas tenha uma capacidade semelhante aos mais avançados da Nvidia, mas que também tenha uma arquitetura de código aberto. Se essa promessa se cumprir, a Nvidia pode já se prepar para mais um dia histórico em perda de valor de mercado.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.