David Gilmour, guitarrista e solista do Pink Floyd, no álbum “Rattle That Lock” (2015) trabalhou com o The Liberty Choir, um coral formado por ex-detentos e membros da comunidade local do sudoeste de Londres. As falas foram reunidas pela Far Out. E ele dedicou uma música a um filho
The Liberty Choir é um projeto de reintegração que reúne 30 vozes, promovendo inclusão e apoio emocional por meio da música. Para Gilmour, a decisão de integrá-los à faixa-título do disco teve um significado pessoal.
A prisão do filho de David Gilmour, do Pink Floyd
No ano de 2011, seu filho, Charlie Gilmour, foi condenado a 16 meses de prisão após atos de “desordem violenta” durante um protesto contra o aumento das taxas universitárias em Londres.
O caso, amplamente divulgado, incluiu episódios como Charlie balançando-se em uma bandeira na fachada do Cenotáfio, memorial dos mortos na guerra, e subindo no capô de um carro do comboio real.
Essa experiência marcou profundamente a família. “A vivência de Charlie nos impactou e nos fez mais conscientes do sistema prisional e do que poderia e deveria ser feito para melhorá-lo”, explicou Gilmour em entrevista à BBC.
“Estamos apenas ajudando ao nos envolvermos com essa iniciativa, que esperamos que se espalhe. É um pequeno passo para criar mudanças que podem transformar vidas”.
A inclusão do coral na música vai além de um recurso estético. O trabalho de reabilitação oferecido pelo projeto reflete a crença de Gilmour no poder da arte como instrumento de transformação social.
Além disso, a canção ganhou força com a participação de Mica Paris, cantora de soul que brilhou nos anos 1980, conferindo ainda mais peso emocional à obra. Em “Rattle That Lock”, Gilmour prova que a música pode ser um poderoso veículo para tratar de temas complexos como o sistema prisional e a reintegração de ex-detentos.
“É sobre trazer algo positivo para vidas que precisam de uma nova direção”, concluiu o artista.
Com informações do Whiplash.net.
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