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Análise: Quase em resposta ao próprio equívoco, Lula inclui games em lei de fomento

A administração do governo Lula parece manter um pé em cada canoa, quando o assunto é o desenvolvimento e o mercado de jogos digitais no país.

Ministros fizeram colocações atrapalhadas e o próprio Lula vociferou contra os games, com percepção equivocada e pauta confusa, como já relatado aqui no Drops de Jogos.

De forma muito positiva, no entanto, o presidente deu mostras de não ter se esquecido do compromisso assumido com os interlocutores da Cartilha Lula Play, entregue ainda em 2022, durante a campanha.

Um dos pontos centrais do documento reside na criação de oportunidades para o setor, incentivando a produção de jogos nacionais e a geração de empregos aos jovens em um segmento atrativo e que mantém crescimento consistente em todo o mundo.

Como revelou o site com exclusividade, os games estão entre os projetos que podem pleitear recursos por meio do decreto 11.525, que regulamenta a Lei Complementar 195, conhecida como Lei Paulo Gustavo, e que destina recursos federais da ordem de R$ 3,8 bilhões para municípios, estados e o Distrito Federal, para investimento na produção de eventos culturais.

Metade desse valor, ou quase dois bilhões de reais, deverá ser empenhado no apoio a produções audiovisuais, nas quais se inserem os jogos digitais.

É uma notícia bem-vinda, após as recentes declarações que sugeriam algum interesse no setor apenas como manobra eleitoreira, a exemplo do que declaravam os opositores do governo recém-eleito.

A iniciativa remonta os tempos do primeiro mandato do atual governante, quando o então Ministro da Cultura, Gilberto Gil, em 2004, afirmou ser “preciso valorizar a ação de jovens desenvolvedores desse segmento que, como a literatura, o cinema e a TV no passado, vêm enfrentando desconfiança desde a década de 80”.

Na mesma ocasião, o ministro enfatizou a importância do segmento, observando que “somos um povo que gosta e sabe jogar. Um povo que incorporou e aprimorou os jogos vindos de fora, como o futebol. Temos grande facilidade para os jogos em colaboração, em equipe, como muitos dos jogos eletrônicos online de nossos dias. Independente do que se joga, do que se vê na tela, o que está por trás dos jogos é uma cultura da paz, da troca e da amizade”.

A partir dali, foram lançados projetos de fomento a esse mercado ainda tão incipiente e o investimento ajudou a consolidar uma parte singela, mas significativa, da história do desenvolvimento de jogos no país.

Hoje, o governo tem nova oportunidade de revigorar o setor, mesmo que algumas falas desastrosas deem margem a interpretações contrárias.

Como primeira fase, o governo parece contar ainda com vida extra para seguir no jogo. Let’s play!

Imagem: fotomontagem

Kao Tokio

Ver Comentários

  • Só não entendi o que mudou depois das declarações do atual presidente, se ele fez uma nova declaração ou se a matéria só está relembrando as promessas de campanha sobre o investimento em games

  • Pra mim, o mais importante é a ação consolidada deste setor na Lei Paulo Gustavo. Mostra o compromisso do Governo Lula, sendo cumprido.

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