Em uma nova rodada de investimentos, a Helion conseguiu levantar mais US$425 milhões para a construção de uma usina de fusão nuclear que deverá suprir a Microsoft de forma exclusiva até 2028. Este novo investimento elevou o valor de mercado da startup, que agora na faixa dos US$5,2 bilhões.
De acordo com a empresa, todo o valor arrecadado será usado para acelerar o processo de construção das usinas, incluindo expandir a produção própria das máquinas e capacitores que ela precisa usar no processo de gerar energia elétrica.
Apesar do valor elevado, essa rodada de investimentos foi considerada por alguns analistas como “fraca”. Isto porque ele foi menor do que a rodada anterior, na qual a empresa arrecadou US$500 milhões em investimentos. Uma possibilidade para a queda na arrecadação é o “caos financeiro” que a chinesa DeepSeek causou no mercado ontem, colocando em xeque a confiança de investidores em qualquer iniciativa ocidental envolvendo inteligência artificial.
A promessa da Helion
No mercado há 12 anos, o que torna a Helion tão interessante para os acionistas é uma promessa: a de que ela conseguirá construir um operador de fusão nuclear funcional, que fornecerá energia elétrica de forma exclusiva para a Microsoft, até 2028. Caso consiga cumprir esta promessa, ela se tornaria a empresa com a construção mais rápida do mercado de um reator do tipo.
Ela já possui em funcionamento a usina Polaris, um protótipo de 2500 m² na cidade de Everett (EUA). Este protótipo levou cerca de 3 anos entre o início da construção e da operação, o que é considerado bem rápido para os padrões da indústria. Só que ele, para construir o projeto do tamanho e escopo necessário para a Microsoft, ela teria que conseguir acelerar ainda mais todo esse processo.
O grande desafio neste sentido é a questão da tecnologia, principalmente a questão dos chips e capacitores necessários para a operação. Por isso, a Helion tem investido cada vez mais na produção própria dessas peças, pois isso tem ajudado ela a diminuir o tempo necessário para ter acesso a essas tecnologias.
Uma nova forma de gerar energia
Atualmente, existem dois métodos mais comuns para gerar energia elétrica a partir da fusão nuclear. Uma delas é a fusão por confinamento magnético, que utiliza ímãs especiais para “amassar” uma quantia de plasma até ele ficar quente e denso o suficiente para causar reações de fusão em seus átomos. Essas reações então ficam em queima constante, e o vapor gerado por essa queima faz girar uma turbina que irá gerar a energia elétrica.
Outro método é o de confinamento por inércia, que usam lasers poderosos para “atirar” em pellets de combustível, comprimindo eles até o ponto onde ocorre a fusão dos átomos. Para gerar vapor suficiente para mover uma turbina, esses lasers precisam ser disparados várias vezes a cada segundo.
Já a Helion está apostando em um terceiro sistema, que ela chama de reator de configuração invertida em campo. Se este sistema funcionar como a empresa espera, ele não apenas irá gerar mais energia elétrica do que o método de confinamento magnético como também será mais eficiente. Isto porque, neste sistema da Helion, a energia elétrica é capturada diretamente do campo elétrico gerado pelo processo, sem a necessidade de fazer uma turbina girar.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.