A ABFS, Associação Brasileira de Fantasy Sport, calcula que, com a regulamentação da modalidade no Brasil, o Fantasy Sport deve movimentar cerca de US$ 2,3 bilhões, ou aproximadamente R$ 11,1 bilhões ao ano.
A regulamentação para esse vultoso mercado está à espera da votação do Marco Legal dos Games, projeto de lei que, segundo os representantes da indústria de jogos digitais no Brasil, não dialoga com o setor.
Como resultado, a proposta inicialmente prevista para alavancar o desenvolvimento de jogos nacionais destina-se exclusivamente a retirar o segmento de fantasy games dos planos de tributação do governo, afirmam as associações de games do país.
“O projeto fala especificamente de fantasy games [com] uma classificação errada do quê são jogos”, declara o manifesto da RING, Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais do Estado do Rio de Janeiro.
Os senadores já teriam em mãos uma pesquisa da Indústria Brasileira de Games que indica um salta de 150 para 1.009 estúdios desenvolvedores, entre 2014 e 2022. Esse documento estaria servindo como base para defender a aprovação do projeto de lei, afirmando que a proposta “incentiva a mão de obra qualificada”, conforme relatou o jornal O Globo.
“Nos fantasy games, os prêmios mínimos são pré-definidos e não há variação de acordo com o número de competidores. Já nas apostas esportivas, as premiações podem variar ao longo do evento esportivo”, afirmou o vice-presidente da ABFS, Lucca Baldassarini, em reportagem da Folha de S. Paulo, argumentando haver diferenças entre as duas modalidades de apostas online.
Atualmente, as duas maiores empresas brasileiras de fantasy sports são o Cartola FC, pertencente ao Grupo Globo, e o Rei do Pitaco, administrada pelo CEO Matheus Dantas. A plataforma Rei do Pitado cresceu cerca de 60 vezes entre 2019 e 2022, com o pagamento de R$ 35 milhões em prêmios, segundo informações do Games Magazine Brasil.
Não se identificam quaisquer movimentações desse setor em favor da produção nacional de games, como pleiteiam as associações regionais e a Abragames, Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos, que chegou a defender a aprovação do PL 2.796/2021, base para o Marco Legal, no início desse ano.
Imagem: Fexle
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