Ferramentas de inteligência artificial generativa são utilizadas por 96% dos criadores de conteúdo brasileiros. Dessa parcela, 98% afirmam usar a IA para o apoio criativo em suas produções. O dado é de pesquisa do YouTube realizada em maio deste ano e divulgada recentemente. O levantamento também mostra que mais de 90% dos criadores do Brasil acreditam que a tecnologia vai possibilitar melhorias técnicas e narrativas para as suas produções.
Segundo a pesquisa, há três principais estímulos para o uso da IA pelos criadores de conteúdo do Brasil: gerar novas ideias (35%), produzir conteúdo de maior qualidade (30%) e economizar tempo (26%).
Os números se alinham com as perspectivas para o uso da tecnologia pelo Brasil nos próximos anos. O tema foi debatido pela head de política públicas do YouTube, Alana Rizzo, e o diretor de relações governamentais do Google, Marcelo Lacerda, durante o Fórum JOTA: O Brasil em 10 anos, nesta quarta-feira (4/12). O evento contou com o patrocínio de YouTube e TikTok.
Os especialistas avaliam que a IA estará associada a oportunidades e ao desenvolvimento de habilidades digitais. “A pesquisa reforça o otimismo do brasileiro com relação à inteligência artificial. Os criadores de conteúdo estão vendo o potencial que essas ferramentas podem trazer para economia criativa, dando vida a grandes ideias, abrindo portas para que mais pessoas prosperem e fornecendo conteúdo de alta qualidade para espectadores em todo o mundo”, afirmou Alana Rizzo ao JOTA.
Para além da inteligência artificial, os profissionais do Google e do YouTube preveem, para os próximos anos, um cenário de grande potencial de inovação associado à grande receptividade dos brasileiros à tecnologia. “A população brasileira tem uma relação muito próxima com a tecnologia, um dos sentimentos mais altos de receptação à IA foi detectado no Brasil”, disse o diretor do Google. “Pode parecer um desafio, mas a gente tem uma série de problemas aqui que só a tecnologia pode ajudar a transformar”, completou.
Nessa linha, Lacerda aposta no ecossistema de startups brasileiro, que considera um dos mais promissores do mundo, ainda que, segundo ele, no Brasil, nem sempre receba a atenção devida. Já Rizzo considera o potencial de expansão da economia criativa a partir da tecnologia.
Desinformação
O combate à desinformação nas plataformas ainda deve continuar a ser debatido nos próximos anos. “Não existe uma bala de prata”, afirma Lacerda. As plataformas defendem um esforço coordenado entre diversos atores, combinando educação, regulamentação e ações específicas. Para o representante do Google, um dos caminhos está na promoção da educação midiática. A empresa tem o programa EducaMídia para a capacitação de professores e engajamento da sociedade com este fim.
O YouTube lançou no ano passado a campanha “Aperte o Pause” como um incentivo para os usuários pensarem criticamente sobre o conteúdo antes de compartilhá-lo.
“É importante fomentar o pensamento crítico e em como colocar intencionalidade no que a gente está fazendo na internet”, afirma Rizzo. “Uma comunidade aberta como o YouTube é um reflexo da sociedade, a gente trabalha com pilares para garantir que essa comunidade seja saudável com um conjunto de regras definidas com especialistas”, declarou.
*por Luísa Carvalho | JOTA
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.