Beijo na boca é coisa do passado, a nova onda é chamar a IA DeepSeek de terapeuta. Segundo uma reportagem da BBC, é cada vez maior o número de jovens chineses que dizem fazer “terapia” com o chatbot da inteligência artificial chinesa.
De acordo com especialistas, a estagnação econômica, alta taxa de desemprego (alta para os padrões chineses, pois ela ainda é a mais baixa entre todos os países do BRICS) e a pandemia de COVID-19 contribuíram para um sentimento de desesperança no futuro para a juventude chinesa.
Aliado a isso, há o problema de a saúde mental ainda ser um tema estigmatizado em toda a Ásia. Isto faz com que a oferta de profissionais como terapeutas, psicólogos e psiquiatras seja bem baixa. Por isso, os preços desses profissionais são elevados e uma grande parte da população não tem acesso a eles.
E é aí que entra a DeepSeek. Devido à uma característica única de mostrar todo o raciocínio que a levou a chegar numa resposta, a IA se tornou uma “terapeuta” para muitos jovens que não tem condições financeiras de procurar um profissional. Além disso, a IA também permite que as “terapias” sejam feitas no sigilo, sem precisar entrar numa sala ou prédio específico. Isso elimina todo o estigma que procurar pela ajuda de um profissional da saúde mental ainda pode ter em alguns setores da sociedade.
DeepSeek não é terapia
Procurar ajuda na IA não é uma ideia nova e nem necessariamente ruim. Em alguns casos a DeepSeek pode ajudar uma pessoa, de verdade. São casos que normalmente envolvem uma pessoa que apenas precisa desabafar. Muitas vezes a gente só quer alguém para nos ouvir e concordar com nossas dores, e não que tente resolver nossos problemas. E, neste casos, usar a IA como “ombro amigo” pode sim ser benéfico.
Mas especialistas são unânimes em afirmar que nenhuma IA é um terapeuta ou deve ser considerado como tal. Se você apenas precisa de alguém pra desabafar, tudo bem usar a DeepSeek ou qualquer outro assistente virtual de sua preferência. Mas se o problema for sério, você deve procurar um profissional de verdade.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
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