Haru Jiggly tem mais de um milhão de inscritos no YouTube, mais de 60 milhões de views e trabalha na Team Liquid, de eSports. Nesse final de ano, ela gravou um vídeo muito interessante sobre “hiperprotagonismo feminino” e a tal da “lacração” que muitos gamers mais tradicionais reclamam na indústria.
O que Haru critica, ela diz isso sendo uma pessoa que é feminista, apoia os LGBTQIAP+, é justamente como a grande indústria do entretenimento se apropria de lutas sociais e deixam de produzir boa mídia. Não vou entrar na questão de “polarização política” que ela menciona nos dois vídeos, mas ela está coberta de razão no aspecto que a construção de personagens femininas não pode apenas ser um token desse mercado.
A construção precisa ter alguma dimensão de autenticidade – ou o público consegue enxergar a sua ausência.
Mercantilizar lutas sociais e convocar mulheres apenas para falar sobre problemas desse mercado parece um “dar voz só para fazer de conta”. Essas mesmas minorias podem querer apenas se divertir com um produto de entretenimento. E ele pode ser, num espaço ideológico, imperfeito.
No segundo vídeo ela deixa claro que sua crítica não é para validar visões preconceituosas. Mas a hiperpolitização dos temas, que provoca poucas mudanças reais ou uma inclusão que faça diferença, é algo a ser levar em conta.
Gostei dos vídeos. Me trouxeram algumas boas reflexões. Vale ver.
Foto: Reprodução/YouTube
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