O BIG Festival, sendo uma das maiores feiras de jogos independentes do mundo e a maior do Brasil, sempre esteve no radar do Drops de Jogos. A cobertura jornalística que fazemos é, mesmo que sempre busque o lado positivo, crítica com esse evento.
Em 2018, nos posicionamos de maneira favorável a uma carta aberta de mais de 200 desenvolvedores de jogos que cobravam melhorias da feira. Também cobramos o BIG sobre o tratamento com os desenvolvedores no ano passado, sem nunca deixar de reconhecer a feira como uma das melhores representantes da cena.
Falamos sobre esses pontos em uma entrevista exclusiva com Gustavo Steinberg, fundador do BIG Festival e um dos organizadores.
No ano da maior pandemia que estamos presenciando em cerca de 100 anos, vimos o coronavírus ser a causa do cancelamento da GDC, da San Diego Comic-Con, da E3, da Gamescom e até da Brasil Game Show, os mais relevantes encontros físicos de games do ano. O BIG, numa ação muito inteligente, conseguiu patrocínio de empresas como Nintendo, Sony, Microsoft, Unreal e outras para promover o seu BIG Digital – que acontece nesta semana até o dia 26 de junho.
Hoje foi o primeiro dia do Digital aberto ao público em um streaming de YouTube.
Ocorreu depois de competições de Free Fire abertas para amadores e das primeiras rodadas de negócios focadas em empresas brasileiras, um dos grandes atrativos corporativos da feira, agora digital.
E a surpresa foi assistir um evento muito bem organizado em seu novo formato.
Neste primeiro dia aberto, em lives que oscilaram entre 400 e 600 pessoas assistindo simultaneamente, assistimos a uma abertura do evento discutindo os desafios dos eSports com as marcas no Brasil, mediado pela professora Ivelise Fortim do grupo Homo Ludens. Em seguida, tivemos Marcos Venturelli da Rogue Snail falando sobre Relic Hunters Legend, sua atual empresa e o game Dungeonland (considerado um sucesso brasileiro no Steam que, no fim, acabou levando à falência de sua primeira empresa).
Entre as palestras em inglês, tivemos discussões com a Unreal e especialistas que foram do mobile até a visão do Brasil no exterior.
E, na palestra específica da Nintendo, o game nacional Horizon Chase Turbo foi apontado como um case de sucesso na plataforma japonesa do Switch.
Perguntas foram feitas pelo público e, organizadas de maneira simples, foram respondidas pelos debatedores presentes nas transmissões.
Apesar de ter atrações para trazer um público mais leigo, um pouco distante das discussões de desenvolvimento, o BIG Festival parece ter encontrado um rumo com seu BIG Digital nos debates técnicos.
As palestras digitais só pecaram com alguns defeitos de som na dublagem de palestras em inglês, o que tornava um pouco incômodo para ouvir. Mas o evento estava tão preparado que se preocupou em tornar todo o seu conteúdo público acessível.
Esperamos que o digital, apesar da pandemia, venha para ficar no BIG.
Melhorou e propagou melhor o conteúdo deste evento de jogos que é, sem dúvida alguma, importantíssimo para o crescente mercado tecnológico nacional.
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