Por Carlos Gama, Vice-Presidente de Games e Esports da ASSESPRO-RJ,no LinkedIn. Publicado com autorização dele.
O Carnaval de 2024 foi um grande impulsionador da economia, gerando aproximadamente R$ 5 bilhões em serviços relacionados aos festejos, como turismo, eventos, transportes, artistas, imprensa e publicidade, conforme divulgado pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Neste contexto, foi evidenciada a intersecção entre diferentes universos culturais e esportivos, em um movimento que visa expandir as fronteiras de atuação, explorar novas formas de engajamento com o público e novos negócios.
Um exemplo marcante dessa tendência é a entrada de tradicionais Escolas de Samba cariocas no mundo dos Esportes Eletrônicos. Em junho de 2021, o Império Serrano, renomada agremiação de Madureira, surpreendeu ao anunciar sua incursão nesse cenário, promovendo uma peneira para selecionar atletas. Pouco tempo depois, em abril de 2022, foi a vez da Mocidade Independente de Padre Miguel seguir os mesmos passos, aderindo ao universo dos Esportes Eletrônicos e inaugurando uma nova era de oportunidades e colaborações inusitadas.
Simbolos tradicionais do Samba e os Esportes Eletrônicos
Para aproximar a Indústria do Carnaval com a indústria dos Games e Esportes Eletrônicos, é importante destacar a importância dos símbolos e elementos tradicionais do Samba Carioca, como as Quadras das Escolas de Samba. Essas quadras podem se tornar hubs games para o desenvolvimento local da indústria dos games, promovendo eventos e competições de jogos eletrônicos.
A economia criativa do Carnaval, que envolve a criação de fantasias e cenários elaborados para alegórias e adereços, pode servir de inspiração para a criação de conteúdo e ambientes virtuais. A riqueza visual e os profissionais criativos no Carnaval podem abusar da criatividade na construção decosplay, cenários de games e novos personagens.
Para promover o diálogo entre a indústria dos Esportes Eletrônicos e a Indústria do Carnaval do Rio de Janeiro, é importante destacar os seguintes pontos:
1. Realização de eventos e competições de esportes eletrônicos em espaços tradicionais do Carnaval, como as Quadras das Escolas de Samba, criando assim uma interação entre as duas indústrias.
2. Parcerias entre Escolas de Samba e empresas do setor de Games para a criação de conteúdo exclusivo e temático inspirado no Carnaval.
3. Desenvolvimento de projetos de inclusão digital e capacitação profissional na área de games para jovens das comunidades cariocas, incentivando a formação de profissionais da indústria dos esportes eletrônicos.
4. Criação de iniciativas de turismo e cultura, que aproximem os fãs de esportes eletrônicos e do Carnaval, gerando novas oportunidades de negócio e troca de experiências entre os dois segmentos.
Com essas ações, é possível estabelecer uma aproximação entre a Indústria do Carnaval e a indústria dos Games e Esportes Eletrônicos, promovendo a valorização da cultura carioca e o desenvolvimento econômico local.
Poder Público, Samba e Games
A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Liga Independente das Escolas de Samba (LIESA) e a Federação do Estado do Rio de Janeiro de Esportes Eletrônicos (FERJEE) desempenham papéis-chave na aproximação, promoção e desenvolvimento da indústrias dos Esportes Eletrônicos e a indústria do Samba.
Algumas atribuições e responsabilidades que cada entidade pode ter incluem:
1. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro:
– Incentivar a realização de eventos de Esportes Eletrônicos e de Samba na cidade, por meio de desburocratização do processo de obtenção de licenças e autorizações necessárias.
– Apoiar a criação de espaços e infraestrutura adequados para a prática de esportes eletrônicos e a interação das quadras das Escolas de Samba.
– Promover a capacitação e formação de profissionais ligados tanto aos esportes eletrônicos quanto ao Carnaval, visando o desenvolvimento do setor na cidade.
2. Governo do Estado do Rio de Janeiro:
– Criar programas de incentivo e fomento à indústria de esportes eletrônicos e do Carnaval, por meio de políticas de apoio financeiro e incentivos fiscais.
– Estabelecer parcerias com empresas e instituições para promover a realização de torneios de esportes eletrônicos e eventos de Carnaval de grande porte no estado.
– Investir em infraestrutura e tecnologia para impulsionar o desenvolvimento das atividades relacionadas aos games e esportes eletrônicos nas quadras das Escolas de Samba.
3. Liga Independente das Escolas de Samba (LIESA):
– Estimular a integração e colaboração entre a indústria do Samba e a indústria dos esportes eletrônicos, fomentando projetos que explorem as possíveis sinergias entre os setores.
– Criar competições e eventos temáticos que unam elementos do Carnaval e dos games e esportes eletrônicos, atraindo públicos diversificados e ampliando o alcance das atividades.
– Oferecer suporte e estrutura para que as escolas de samba e membros da LIESA possam explorar novas oportunidades de negócio e expansão por meio dos esportes eletônicos.
4. Federação do Estado do Rio de Janeiro de Esportes Eletrônicos (FERJEE):
– Desenvolver programas de capacitação e formação de atletas de esportes eletrônicos, visando a profissionalização e o fortalecimento do setor na região.
– Estabelecer parcerias com escolas de samba e profissionais do Carnaval para criar projetos e eventos que promovam a integração entre os dois universos, como festivais, competições conjuntas, entre outros.
– Investir em ações de marketing e comunicação para promover a cultura dos esportes eletrônicos e do Samba, difundindo e valorizando as tradições locais e estimulando o interesse do público.
Por meio de uma atuação integrada e colaborativa, a Prefeitura, o Governo do Estado, a LIESA e a FERJEE podem contribuir significativamente para o desenvolvimento sustentável dos esportes eletrônicos e da indústria do Samba no Rio de Janeiro, promovendo inovação, inclusão e crescimento econômico na região.
Mais negócios para o Rio de Janeiro
Alguns pontos importantes para analisar as vantagens da aproximação entre a Indústria do Carnaval e a indústria dos Games e Esportes Eletrônicos incluem a diversificação de públicos: a união entre o Carnaval e os esportes eletrônicos pode atrair diferentes públicos, ampliando a base de fãs e consumidores de ambos os segmentos. Potencial de inovação: a troca de conhecimentos e experiências entre as duas indústrias pode gerar novas ideias e práticas inovadoras, impulsionando o crescimento de ambas; Geração de novas oportunidades de negócio: a aproximação entre o Carnaval e os esportes eletrônicos pode abrir portas para parcerias comerciais, patrocínios e investimentos em projetos conjuntos, gerando receitas adicionais para ambas as partes; Integração da economia criativa: a indústria do Carnaval, conhecida por sua criatividade e inovação, pode colaborar na criação de conteúdo e cenários únicos para os jogos eletrônicos, agregando valor e diferencial aos produtos da indústria dos esportes eletrônicos; Promoção da cultura e turismo: a união entre o Carnaval e os esportes eletrônicos pode fortalecer a identidade cultural carioca, atraindo mais turistas e fomentando a economia local através de eventos, competições e iniciativas que valorizem a tradição e a criatividade do Carnaval.
Esses são alguns dos principais pontos que podem ser considerados ao analisar as vantagens da aproximação entre a Indústria do Carnaval e a indústria dos Games e Esportes Eletrônicos. A colaboração entre esses dois segmentos pode resultar em benefícios mútuos e na criação de novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento para ambos.
Observando as quetões culturais
Algumas questões culturais precisam ser entendidas e analisadas ao tentar aproximar a Indústria do Carnaval com a indústria dos Games e Esportes Eletrônicos incluem:
1. Resistência à mudança: A indústria do Carnaval e a indústria dos esportes eletrônicos possuem culturas e práticas distintas, o que pode gerar resistência à colaboração e integração entre os dois setores.
2. Divergências de interesse: Os objetivos e estratégias comerciais das duas indústrias podem não estar alinhados, o que pode dificultar a identificação de áreas de cooperação e parceria mutuamente benéficas.
3. Dificuldades de comunicação: A falta de entendimento mútuo entre os profissionais do Carnaval e dos Esportes Eletrônicos pode dificultar a colaboração e a troca de ideias.
4. Questões de propriedade intelectual: A proteção de direitos autorais e propriedade intelectual pode se tornar uma preocupação ao compartilhar elementos criativos como cenários, personagens e músicas entre as duas indústrias.
Para mitigar esses problemas, é importante:
1. Promover a educação e sensibilização: Realizar workshops, seminários e eventos educativos que aproximem as duas indústrias, promovendo o entendimento mútuo e incentivando a colaboração.
2. Estabelecer parcerias estratégicas: Buscar parcerias com empresas e instituições que possam atuar como facilitadores no processo de integração entre o Carnaval e os Esportes Eletrônicos.
3. Desenvolver acordos claros: Estabelecer acordos e contratos que definam claramente os direitos de propriedade intelectual e as responsabilidades de cada parte envolvida na colaboração.
4. Incentivar a inovação e a criatividade: Estimular a criação de novas ideias e práticas que possam integrar os elementos criativos e culturais do Carnaval aos esportes eletrônicos, gerando valor para ambas as indústrias.
Conclusão
Com essas medidas, é possível superar os desafios e promover uma integração bem-sucedida entre a Indústria do Carnaval e a indústria dos Games e Esportes Eletrônicos, colhendo os benefícios da colaboração mútua.
A aproximação entre a Indústria do Carnaval e a indústria dos Games e Esportes Eletrônicos pode trazer diversos ganhos para a sociedade e fortalece a economia local criando novas oportunidades de negócios e empregos na interseção entre o Carnaval e os esportes eletrônicos, a colaboração entre os setores pode impulsionar a economia do Rio de Janeiro.
A Inovação e criatividade vai gerar troca de conhecimentos e experiências entre profissionais do Carnaval e dos esportes eletrônicos pode estimular a inovação e a criatividade, resultando na criação de produtos e experiências únicas para o público. Promovendo a cultura e tradição ao integrar elementos da cultura do Carnaval, como cenários, fantasias e músicas, aos games, é possível preservar e promover a rica tradição cultural, aumentando o seu alcance e relevância dentro da sociedade.
O Fomento ao turismo vai atrair as iniciativas do Carnaval com os esportes eletrônicos para atrair novos públicos e turistas para o Rio de Janeiro, impulsionando o setor turístico e gerando maior visibilidade internacional. A inclusão social deve estimular a colaboração entre os setores para promover a inclusão social ao oferecer oportunidades para grupos menos representados, como artistas locais e desenvolvedores independentes, participarem ativamente da indústria de entretenimento.
Portanto, a integração entre a Indústria do Carnaval e a indústria dos Games e Esportes Eletrônicos não apenas impulsiona o desenvolvimento econômico, mas também contribui para a preservação da cultura, criação de oportunidades e promoção do bem-estar social na sociedade como um todo.
Foto: Romulo Tesi/Band Em 2014, a União da Ilha do Governador fez um desfile sobre brinquedos com uma ala inteira do Pac Man. Fonte: The Enemy
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.