"Todas as informações sobre integrantes e iniciativas estarão no site oficial do evento", destacou o gestor e docente na Faculdade Impacta de Tecnologia.
As palestras tentaram a distância entre o mercado nacional de jogos e a academia que estuda o assunto. "Games precisam ser compreendidos como filosofia, como sociologia e como acontece em qualquer área", disse o editor de conteúdo do Drops de Jogos, Kao Tokio, que também dá aulas sobre o assunto. Ele se considera seguidor do pesquisador Roger Tavares, que foi seu orientador de pós-graduação.
As discussões também desembocaram em questões de preconceito do segmento, que ainda é tratado como "joguinho" e não como um negócio privado sério. A docente Eveline Sá, do Instuto Federal, também abordou a exclusão de mulheres na criação dos videogames. "Os produtos não são feitos para abarcá-las, o que é sexista", complementou.
No debate sobre alta tributação no setor dos games, Maurício Alegretti, empresário da companhia Smyowl de Sorocaba, deu um termômetro de como funciona a cabeça do empresariado brasileiro, que sofre com bitributação e associação entre jogos digitais e de azar. "Há confusão entre isenção de impostos e regulamentação do setor. Quero acreditar que os empresários não deixarão de pagar se for justo", frisou.
Os debatedores chegaram à conclusão que muitas empresas fecham por não haver muita verba no setor para contratar funcionários CLT e expandirem suas atividades. "Games são muito consumidos no Brasil, mas nossa articulação política é fraca. Qualquer político pode ir lá e taxar", constatou de maneira melancólica o professor Alex Leal da UDF. Entrou em pauta sugestões de articulações regionais e federais para diminuir preços de jogos no Brasil, além de políticas de incentivo e fomento da iniciativa privada.
Projetos estatais como o simulador Signos, que cuida de guindastes da Petrobras, também foram exibidos como um bom exemplo de ações dos games dentro de empresas estatais vinculadas com o governo. A executiva Lizandra Muraca, da empresa australiana AIT, também falou sobre iniciativas internacionais que podem interessar aos desenvolvedores brasileiros. "O mercado de games na Austrália cresceu 20%. Cerca de 50% da cultura digital é exportada para fora", enfatizou.
Maurício Alegretti também aproveitou a oportunidade para afirmar que games brasileiros podem e devem se internacionalizar e que ele já fez isso com a Smyowl. "Temos agora parceiros e publishers nos Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Mesmo que você vá vender seu jogo no Emirados Arabes, não subestime nenhum mercado no mundo".
O fórum teve 410 participantes e 21 professores inscritos de 20 instituições, da Fatec estadual até entidades privadas como a escola SAGA. O conselho do evento acadêmico e mercadológico será formado pelos participantes desta primeira edição.
Confira o vídeo disponível no YouTube com as palestras do 1º Fórum Acadêmico de Jogos Digitais.
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