O aumento de personagens gays no cast dos games é significativo nos últimos anos, mas sua representatividade ainda recorre a estereótipos batidos e preconceituosos. The Ballad of Gay Tony, uma história de GTA de 2009, mostra a homossexualidade na criminalidade americana de maneira superficial. Dragon Age: Origins e a série Mass Effect permitem que um personagem customizado pelo gamer tenha relações com pessoas do mesmo sexo.
Moonmist é um adventure de 1986 que traz uma personagem lésbica com ciúmes da namorada casada com um homem. Antes daquele ano, gays eram tratados como piada.
Tracer ainda não aprofunda muito a discussão porque Overwatch não possui um modo história consistente. Mas ela está na capa do jogo, nas principais peças publicitárias e vídeos. Tá vendo aquela mulher com duas pistolas e rápida? Personagem principal? Sim, ela é. E é gay também. Importante dizer: Ela é lésbica.
Além de Tracer romper com as barreiras da homossexualidade dentro dos games, ela faz parte da minoria feminina que não é corretamente representada. Inicialmente, ela teve uma pose de vitória exibindo sua bunda. A comunidade inclusiva de Overwatch fez a Blizzard apagar a pose, porque não condizia com a personagem criada.
Tracer, desta forma, rompeu a objetificação sexual feminina e agora parte outra barreira de homofobia.
É óbvio que haverão leitores que vão objetificar a relação lésbica dela com sua namorada, porque homens heterossexuais consomem pornografia lésbica. Mas, sem dúvida alguma, a revelação de que Tracer é lésbica é uma evolução na caminhada dos games.
Resta agora lidar com a homofobia presente nos comentários de notícias sobre esta revelação que provavelmente é a notícia do ano, junto com o sucesso do próprio game Overwatch, eleito como o melhor de 2016 pela TGA, UOL Jogos e muitos veículos nacionais e internacionais.
A inclusão nos jogos digitais ainda vai percorrer um longo caminho, mas estamos evoluindo.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.