Em outubro de 2024, foi divulgado que o Pink Floyd chegou a um acordo de venda de seu catálogo pelo montante de 400 milhões de dólares. Uma excelente quantia, embora inferior a outros catálogos negociados anteriormente, como o de Bruce Springsteen e Queen.
Esses foram negociados a 500 milhões de dólares e 1,27 bilhões de dólares, respectivamente. Mas Gilmour depois explicou que a venda foi somente do catálogo, e não dos direitos de publicação:
“Recebi meu adiantamento […] que é um adiantamento do que eu ganharia nos próximos anos de qualquer jeito [então não foi por dinheiro]. Foi pelas discussões, as brigas e as idiotices que aconteceram nos últimos 40 anos entre aquelas quatro equipes de representantes legais diferentes e seus próprios empresários: foi uma maravilha dar adeus a isso. Além disso, eu não vendi os direitos de publicação – o que é totalmente outra história”.
Obviamente não foi divulgado publicamente qual a parte que cabe a cada um dos integrantes da banda, mas o fato é que, desde bem antes disso, já se sabia que Roger Waters possui um patrimônio bem maior do que o de David Gilmour; em 2022, a estimativa é que Waters possui um patrimônio estimado em cerca de US$310 milhões, enquanto David Gilmour possui “apenas” US$180 milhões, o que se trata de uma diferença bem considerável (US$130 milhões, ou cerca de 700 milhões de reais, em valores atuais).
Mas por que há uma diferença tão grande entre suas fortunas, já que ambos vieram de famílias de classe média britânica e seus respectivos patrimônios são fruto da mesma “empresa” chamada Pink Floyd, ainda mais considerando que, em 1979, a informação que existe é que o grupo estava praticamente falido em termos financeiros, a ponto de, sob o risco de serem multados pelo governo britânico por um valor que eles não teriam como pagar, seus integrantes terem sido aconselhados a deixar o Reino Unido por um período mínimo de um ano:
“Como na época quem não fosse residente não pagava impostos no Reino Unido, em cerca de um mês todos os quatro membros e suas famílias haviam deixado o país. Roger Waters se mudou para a Suíça; Nick Mason foi para a França; David Gilmour e Richard Wright optaram por se mudar para as ilhas gregas.”
As vendas de cada um no Pink Floyd
Roger Waters foi o principal compositor do Pink Floyd. Waters escreveu muitas das canções mais famosas da banda, incluindo “Wish You Were Here”, “Another Brick in the Wall” e “Comfortably Numb”. Como compositor, ele tem direito a uma parte maior dos royalties da banda do que David Gilmour, que também foi creditado como co-compositor em muitas das músicas do Pink Floyd, mas em quantidade menor que Waters, apesar de ter ficado isolado como líder depois da saída do baixista.
Acontece que, conforme apurado há alguns anos por um usuário de um fórum, em um tópico onde se discute a diferença de patrimônio entre Waters e Gilmour, o relato de Nick Mason no livro “Inside Out” atesta que cada integrante recebe nas vendas dos álbuns cinco centavos de dólar para cada crédito de composição além do que recebem como músicos.
E usando o exemplo do álbum “Animals”, de 1977, das cinco faixas do álbum, quatro são integralmente de Waters, enquanto uma delas, “Dogs”, é uma parceria dele com Gilmour. Somente usando este álbum como exemplo, Gilmour recebe cinco centavos de dólar por cada cópia vendida do “Animals”, enquanto Waters recebe 25 centavos por cada venda.
Outra razão pela qual Roger Waters é mais rico do que David Gilmour, que provavelmente é o principal motivo, é porque ele fez mais turnês solo do que Gilmour e com um foco bem diferente do guitarrista.
Desde que deixou o Pink Floyd em 1985, Waters tem se apresentado regularmente em todo o mundo, tocando suas músicas solo e sucessos do Pink Floyd. Essas turnês têm sido muito lucrativas para Waters, que tem recebido grandes quantias em dinheiro por cada show. Gilmour, por outro lado, tem feito menos turnês solo e se concentrou mais em projetos musicais em estúdio.
Voltando ao exemplo dado no fórum, em 2010 Roger Waters embarcou em uma extensa turnê de três anos com “The Wall”, onde recriou a teatralidade da turnê original de 1980-81, mas com animações significativamente melhores e mais elaboradas projetadas no muro.
Ao final, a turnê se tornou a mais lucrativa de um artista solo, arrecadando impressionantes 400 milhões de dólares. O show com maior público desta turnê teve 75 mil pessoas presentes.
Com informações da Whiplash.net.
Pink Floyd. Foto: Divulgação/Montagem Pedro Zambarda/Drops de Jogos
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