CEO do grupo de mídia de esquerda Vice, Bruce Dixon, informou a funcionários que a empresa demitirá centenas de empregados e vai interromper as publicações em sua versão digital. Mesmo com enriquecimento de acionistas, a Vice enfrenta uma crise nos últimos anos.
A empresa, que publicou a vertical Motherboard para tecnologia, Waypoint para games e esteve no Brasil, já realizou outros cortes e tem atualmente mais de 900 funcionários. As informações constam no memorando enviado aos funcionários em 22 de fevereiro. Os trabalhadores desligados perderam acesso aos seus emails.
Nos últimos cinco anos, a Vice teve demissões quase anuais e perdas crescentes, e entrou em falência, tornando-se o exemplo da indústria de mídia digital em crise.
Quando a Vice saiu da falência no ano passado, alguns esperavam que seus novos proprietários, um consórcio liderado pela empresa de investimentos Fortress Investment Group, reinvestissem para fazer a empresa crescer.
Em vez disso, a Fortress decidiu fazer cortes drásticos, como parte de uma tentativa de conter o fluxo de prejuízos. Dixon disse no memorando que a empresa não publicará mais no Vice.com. Ele também informou que a Vice está em negociações avançadas para vender a Refinery29, a divisão de publicação focada em mulheres da companhia.
As demissões ocorrem em meio uma série de notícias ruins para toda a indústria de mídia. No último ano, quase todos os principais veículos de notícias nos EUA, incluindo The Wall Street Journal, The Washington Post, Vox Media e Los Angeles Times, fizeram cortes em suas operações. O tráfego na web para organizações de notícias diminuiu, à medida que os usuários passam tempo com formas de mídia não tradicionais, como TikTok e Instagram.
O mercado de mídia americano, assim como o brasileiro, foi atingido em cheio pelo avanço da inteligência artificial, que levou as empresas a reduzirem ainda mais os custos. Uma perda para trabalhadores e leitores.
Com informações do New York Times e Folha de S.Paulo, além de informações de ex-funcionários no X, antigo Twitter.
Vice. Foto: Mario Tama/AFP
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
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