O cenário brasileiro de criação de jogos digitais tem apresentado um crescimento significativo de jogos cujas narrativas parecem destoar do padrão consagrado universalmente, evitando cenas de guerra, alienígenas, ninjas e uma série de chavões dos games internacionais, em favor de histórias que resgatam a situação das minorias, como os indígenas, favelados, negros e pessoas trans, entre outros.
Este panorama pode ser o grande diferecial de mercado para os desenvolvedores nacionais, na opinião de Pedro Zanbon, pesquisador de games e responsável pelo banco de dados sobre os estúdios de jogos brasileiros, o catálogo Games Br.
“À medida em que a gente traga a diversidade para dentro da produção midiática – e game é um desses produtos simbólicos que a gente oferece para as pessoas por meio de entretenimento -, à medida em que a gente traga pessoas diversas, a gente traz narrativas diversas”, explicou o profissional, destacando o potencial mercadológico da iniciativa, em entrevista no programa News Games, parceria do Drops de Jogos com a Rádio Geek.
“A gente está cansado de jogar as mesmas histórias, a gente está cansado de ver os mesmos mundos, universos, pontos de vista… A diversidade tem um papel social importantíssimo, mas a gente não pode esquecer o papel de mercado que a diversidade pode trazer”, destacou. “Tem gente querendo jogar coisas diferentes, tem pessoas querendo viver coisas diferentes”, avaliou, na conversa com Pedro Zambarda, locutor do programa e editor-chefe do Drops de Jogos.
“Quando você amplia a diversidade de pontos de vista de observações culturais, você traz também a imersão de histórias diferentes, de jogabilidades diferentes… Então, a diversidade é uma oportunidade para o mercado brasileiro”.
“Existe uma saturação dos mesmos jogos do mercado, tem vários indies muito parecidos, com backgrounds muito parecidos, e aí a gente vê vários indies brasileiros trazendo sutilmente alguns pontos de diversidade, que não precisam ser o grande vetor da história, mas ajudam a trazer algo novo naquilo. Isso está sendo gerado e é realmente um vetor para o desenvolvimento do setor, um vetor para o desenvolvimento social, mas também a consequência econômica dessa inclusão”, finalizou.
A entrevista completa pode ser assistida diretamente no canal de YouTube da Rádio Geek.
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