Repórter do Drops de Jogos estreia Minas no Controle, espaço voltado ao feminismo no meio gamer - Drops de Jogos

Repórter do Drops de Jogos estreia Minas no Controle, espaço voltado ao feminismo no meio gamer

Seção do site Minas Nerds tem a colaboração de Daniela Rigon e da redatora do Pac Mãe.

  • por em 3 de novembro de 2015
Arte: Montagem de Kao Tokio a partir de frame do vídeo Feminist Frequency e a foto de Daniela Rigon

O recém-criado site Minas Nerds, feito por meninas e voltado a HQs, cosplays, RPG, literatura, música, cinema, séries de TV e entretenimento, abre novo espaço dedicado aos games. Nele teremos a colaboração de Daniela Rigon, articulista e repórter do Drops de Jogos.

Mantendo o perfil que norteou a criação do site, o espaço Minas no Controle deverá focar no desejo de ser um espaço seguro para mulheres, produtoras e consumidoras de games e da cultura geek, denunciando machismos, misoginia, perseguições, bullying e a agressividade tão comuns no meio. A nova seção conta também com a colaboração de Fernanda Café, do blog Pac Mãe.

"Nosso objetivo é mostrar que mulheres não são extraterrestres na área de games (seja jogando, fazendo ou escrevendo sobre) para que mais meninas tenham a ótima experiência que você deve ter tido até hoje", explica a editora, no artigo de boas vindas da nova seção.

"Pretendemos mostrar que mulheres podem e estão por toda parte nos games e que nossa opinião vale tanto quanto a de qualquer pessoa", afirmou em conversa com o Drops de Jogos. "Não devemos nos limitar por conta dos outros", enfatizou. A jornalista teve aproximação com o site através da página da rede Facebook e foi convidada para participar da mesa de discussão de games na última Festcomix. "A mesa foi bem legal! Falamos de representatividade da mulher nos games e os casos chatos pelos quais passamos, de termos que provar que gostamos mesmo de game e não que queremos chamar atenção", comentou.

Daniela afirma que o objetivo principal do novo espaço é criar um local com textos e grupos onde meninas e amigos possam se conhecer para jogar em paz. "Eu não quero criar uma guerra e acredito que a maioria das minas também não. A gente só quer jogar em paz, entende? Discutir sobre games de uma forma sadia e, sim, com um viés mais feminista nas questões de representatividade. Mas, mesmo assim, mais saudável", ressalta.

A criação do espaço parece importante se considerarmos a misoginia ainda vigente entre os jogadores, a exemplo de relatos como o assédio sofrido por meninas na criação de um documentário sobre o tema, o preconceito contra as profissionais da área tecnológica e o famoso caso de Anita Sarkeesian, que mantém uma intensa campanha contra tais abusos e foi recentemente reconhecida como influência global.

Se os homens souberem dar espaço às pessoas de qualquer origem e condição e derem ouvidos à óbvia necessidade de respeitar individualidades e gênero, o universo dos games certamente se tornará um lugar melhor para todos e, claro, muito mais divertido. "Queremos crescer para mostrar como estamos aqui e somos parte importante do mercado", destaca a editora. "Agora, conseguir convencer alguém que não quer ser convencido infelizmente é uma batalha cansativa", finaliza.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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