O caso Pink Vader, o machismo no meio nerd e o nosso posicionamento - Drops de Jogos

O caso Pink Vader, o machismo no meio nerd e o nosso posicionamento

No último sábado, dia 29 de agosto, a fundadora do site nerd Pink Vader se manifestou sobre as verdadeiras razões do fechamento de seu site em 2013. Em uma briga nas redes sociais com integrantes do site Jovem Nerd, a dona da página recebeu uma enxurrada de ataques machistas que praticamente encerrou sua participação na blogosfera geek. O caso não veio a público e os envolvidos ficaram em silêncio por dois anos, enquanto a fundadora do PV foi atacada de maneira sistemática por ser mulher.

Foto: Divulgação

Editorialmente, o Drops de Jogos não concorda com as agressões que não foram discutidas neste período de tempo. Nesta mesma semana, o dono do Jovem Nerd pediu desculpas à criadora do Pink Vader. Primeiro por um comentário no Facebook, depois em posts no Twitter. O grande problema é que não há uma mudança de posicionamento real nos grandes sites e portais para abarcar o ponto de vista feminino em assuntos nerds, que também incluem os videogames.

Para discutir profundamente a questão, o podcast AntiCast, do Brainstorm 9, lançou um programa com o nome de "Machismo no Mundo Nerd".

O áudio foi ao ar ontem e a hashtag de divulgação, #AntiMachismoNerd, chegou ao topo do Trending Topics São Paulo.

Nossa ideia de fazer mudanças

Por recomendação de uma leitora mulher, recentemente o Drops de Jogos integrou uma repórter feminina chamada Daniela Rigon, que já colaborou para nós anteriormente. Queremos que a Dani firme seu espaço aqui dentro, falando de assuntos que ela gosta e assuntos que ela julga importantes do ponto de vista jornalístico. Os editores do site permanecem sendo homens, mas acreditamos que podemos mudar o contexto com mais presença feminina no time.

Torcemos e apoiamos sites que são chefiados e editados por mulheres. Sabemos da iniciativa do MinasNerds, que teve um painel no Fest Comix 2015 e agora deve se tornar uma página própria. Além delas, há também o Pac Mãe, que aborda pautas geeks sob o ponto de vista maternal, e vários outros sites, como Garotas Geeks, Girls of War e páginas que torcemos para não perderem o ânimo e prosseguirem com seu trabalho.

Acreditamos na educação do nosso público

Nesta mensagem, não queremos receber parabéns ou elogios pelo posicionamento. Game é um dos assuntos mais importantes no meio nerd e nós estamos apenas fazendo o nosso trabalho ao expôr um dos aspectos problemáticos do tema. Acreditamos que nosso papel de comunicadores é passar notícia e, também, ajudar a educar este público. Somos responsáveis pela audiência que cativamos.

Não queremos, também, atacar sites como Jovem Nerd, Cinema com Rapadura ou MRG. A ideia é fornecer informações para uma visão crítica sobre nosso meio. Nenhum questionamento é feito de maneira pessoal e sim pensando numa sociedade mais igualitária e inclusiva com as mulheres. O Drops de Jogos acredita em um meio formatado desta maneira, embora a realidade ainda esteja distante do ideal.

Não somos um site feminista, mas sim mais um apoiador das lutas sociais justas. E escolhemos não expôr os nomes das pessoas diretamente envolvidas nas brigas justamente por acreditar que é o debate, e não a exposição privada, a ferramenta para construir veículos melhores.

Apoiamos pautas alternativas, como abordar o mercado brasileiro de videogames, para aprofundar a importância de um assunto que já é frequentemente discutido.

O silêncio diante de ataques preconceituosos é a arma que gera a covardia de parte das pessoas. Queremos o debate franco para mostrar que o meio gamer é melhor do que a aparência atual.

Acompanhe Drops de Jogos no Facebook e no Twitter.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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