Em relato saudoso, sound designer rememora Marcelo Nunes de Carvalho, um dos primeiros desenvolvedores de games do país

“No que depender de mim, seu nome e legado será carregado para sempre”, comentou Antonio Teoli.

  • por em 12 de janeiro de 2020

Imagem: arquivo pessoal de Antonio Teoli

A cena brasileira de games, como se sabe, começou nos anos 1980, com produções como Amazônia, A Lenda da Gávea e Em busca dos Tesouros, mas muitos foram os profissionais que mantiveram acesa a primeira fagulha do desenvolvimento de jogos no Brasil.

Hoje, em um post carinhoso no Facebook, o sound designer Antonio Teoli, prestou suas homenagens a Marcelo Nunes de Carvalho, falecido há 10 anos.

“Para quem não o conheceu e trabalha na indústria, é sempre bom olhar para trás para reconhecer quem foram os heróis que desbravaram este caminho e tornaram o solo fértil para nós”, comentou o profissional de áudio para games.

“O Marcelo Nunes de Carvalho foi um dos grandes responsável por termos, literalmente, uma indústria de games no Brasil. Leis do incentivo? Sim, ele estava lá, lutando por isso; Games como cultura? Sim; Investimentos na indústria brasileira? Sim; Abragames? Sim, ele foi um dos fundadores”, rememorou o jovem.

Teoli explicou na postagem como, após uma palestra do desenvolvedor em sua faculdade de games – uma turma iniciante na área, em 2003 – solicitou uma vaga para produzir trilhas sonoras para os jogos da empresa.

“Ele disse que estavam desesperados por um profissional de áudio, mas que no Brasil, na época, esse profissional era praticamente inexistente”.

Após grande insistência, o recém formado foi contratado, produzindo seus primeiros trabalhos. “Fiz quase 300 jogos na época da DevWorks”, comentou o produtor de áudio, em rápido bate papo com o Drops de Jogos.

“Jogos para clientes como Coca Cola, Disney, Globo, Aiwa, Ice Kiss… Teve o portal Gametrack, que lançou vários jogos da GROW online, os jogos Gods of the Virtual Boards, a parceria com o Second Life, os quase 70 jogos feitos para Master System e Mega Drive que lançamos pela TecToy… Teve muita coisa”, completou.

“Graças a ele, eu aprendi e me tornei o profissional que sou hoje e devo muito da minha carreira, a ele”, enfatizou, afirmando que “todos nós devemos muito a esse cara por ter sido um nome forte na viabilização desta indústria”.

“No que depender de mim, seu nome e legado será carregado para sempre”, finalizou.

Telas de alguns dos games da DevWorks Game Technology

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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