O Remake de Final Fantasy VII era esperado e, desde 2020, foi uma boa pedida para passar a pandemia da covid. É o ressurgimento de um clássico de 1997, esperado graças ao hype da E3.
Tetsuya Nomura, diretor dessa primeira parte, optou por dividir um dos jogos mais bem-sucedidos, de critica e de público, em partes menores. É um golpe de marketing que fará esse Remake vender mais – mas é também o impulso para uma mudança na história.
E vamos tratar um pouco sobre isso nessa resenha, uma vez que eu peguei o jogo para apreciar a sério quando ele ficou gratuito na PS Plus.
Enredo que aprofunda os personagens
Cloud Strife, desde as primeiras imagens, não aparece apenas como um “mercenário ex-SOLDIER”, mas sim já como o espírito perturbado que não consegue lidar com seu passado, atormentado pelo vilão Sephiroth. Tifa Lockhart surge como uma mulher de personalidade, ferida por determinados comportamentos de Cloud, assim como Aeris Gainsborough tem seu desenvolvimento independente. Barret Wallace e o grupo ecoterrorista Avalanche aparecem mais vivos do que nunca contra o corporativismo predatório da Shinra.
Jessie, Briggs e Wedge surgem como personagens bem mais carismáticos do que no épico original. E o universo se aprofunda em diálogos bem mais atualizados sobre a poluição, a escassez de energia e a pobreza de Midgard.
E há inimigos que estão mudando a história original, aparentemente.
Parece muito o mundo de 2021. E justamente por isso o jogo soa mais envolvente com uma trilha sonora de tirar o fôlego.
Os gráficos, exceto talvez por Death Stranding, são os mais belos que vi rodar no PlayStation 4.
E ele deve ser ainda mais envolvente no PS5 com Yuffie como DLC.
Gameplay empolgante – mas repetitivo
Na Square, Kingdom Hearts inaugurou o RPG com batalhas em tempo real. Dark Souls, da FromSoftware, trouxe o sistema de esquiva marcante com chefes difíceis. Final Fantasy VII Remake traz alguns desses elementos de maneira interessante com personagens que nos marcaram na indústria.
O problema é que, como os vilões são muito parecidas, você se sente tentado a repetir os mesmos golpes com Cloud ou pensar em estratégias só com Barret, que atira à distância. E Tifa acaba sendo menosprezada no combate, nessa experiência inicial.
É preciso ver como o jogo vai se desenvolver nos demais episódios.
O que podemos concluir?
FFVII Remake é uma boa introdução para quem não conhece o clássico de 97 ou para quem curtiu e quer atualizar a experiência. É um grande título de 2020 – que só não é maior por não ser um game 100% original.
Gostei mais da experiência desse novo título do que o original, mas os puristas não vão esquecer dos méritos grandes do roteiro de mais de 20 anos atrás.
Pode inspirar mais remakes e capítulos da série.
Notas
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