Diretor de narrativa do jogo brasileiro Deathbound, que viralizou, conta a história de personagem capoeirista - Drops de Jogos

Diretor de narrativa do jogo brasileiro Deathbound, que viralizou, conta a história de personagem capoeirista

Fantástica história de Mamdile Ogaté em Deathbound, um mergulho em uma cultura ocultada pelo racismo estrutural

Mamdile Ogaté,  lutador de capoeira. Foto: Divulgação

Mamdile Ogaté,  lutador de capoeira. Foto: Divulgação

Thiago Baptista, diretor de narrativa do jogo indie brasileiro Deathbound, que viralizou e será lançado em breve, conta a história de personagem capoeirista no X, antigo Twitter. Deathbound é um game soulslike, como Elden Ring e Dark Souls, e teve um vídeo viral nessa mesma rede social com quase três milhões de visualizações.

Deathbound, jogo no qual atuo como diretor narrativo, viralizou recentemente por causa de um de nossos personagens: Mamdile Ogaté,  lutador de capoeira. As pessoas enlouqueceram com a ideia de uma “capoeira Soulslike”, e eu gostaria de ter a oportunidade de falar um pouco sobre o nosso jogo.

Mamdile (se pronuncia “MUM-dee-leh”) é um lutador do Sinjwari, uma ordem monástica de temíveis monges guerreiros lutadores de capoeira, dedicados à Deusa da Morte e à sua religião.

Deathbound se passa em Zieminal, um mundo medieval pós-apocalíptico que ressuscitou das cinzas da Primeira Civilização tecnológica. Zieminal está dividido em quatro nações, cada uma baseada em uma cultura medieval do mundo real.

Essas quatro nações são: o Reino de Krulezgon (Europa Medieval Ocidental), a Comunidade de Smirtolia (Europa Medieval Oriental), o Klingazar (Ásia Central Medieval) e o Sultanato Sayabakn (África Ocidental Medieval). Mamdile vem deste último.

Fizemos questão de ter um reino baseado na África medieval, especialmente nos impérios do Gana e do Mali, devido à forma como a África é geralmente retratada nos meios de comunicação ocidentais – uma terra primitiva, “tribal” de fome, miséria e atraso. Um quadro racista, cicatriz do colonialismo branco.

E, no entanto, o Império do Mali era uma terra de riqueza incomparável. Algumas fontes chegam ao ponto de dizer que Mansa Musa, o segundo suserano do Império, foi o homem mais rico que já existiu – superando até os bilionários modernos, quando ajustado pela inflação.

A África Ocidental nos tempos medievais era tão “régia” quanto qualquer potência europeia. Mas normalmente não vemos histórias de fantasia medievais ali ambientadas. Apenas recentemente foi lançado um modo D&D baseado nesta cultura, e as tradições da região são em grande parte desconhecidas do público anglo-saxão.

Mamdile Ogaté é uma forma de explorarmos essa rica cultura e homenagearmos as fortes origens africanas da cultura brasileira. O Brasil tem a maior população negra fora da África, e a nossa capoeira, por exemplo, é um produto das nossas raízes africanas (especialmente angolanas).

Mamdile é um personagem baseado em um império medieval africano, e é um “monge shaolin” que luta uma arte marcial brasileira em vez de kung fu. Não há como ser mais brasileiro do que isso. Não se esqueça de adicionar Deathbound à sua wishlist do Steam!

https://twitter.com/ThiagoBaptista/status/1746119276774216143

LEIA MAIS

1 – Opinião: DJ lembra que Batman Arkham é a base de Spider-Man 2 e fala do sucesso de jogos de super-herois

2 – Bem Feito é a Lavender Town creepypasta indie brasileira. Por Pedro Zambarda

Mamdile Ogaté,  lutador de capoeira. Foto: Divulgação

Mamdile Ogaté,  lutador de capoeira. Foto: Divulgação

LEIA MAIS NO DROPS DE JOGOS

Veja os vídeos da semana acima.

Conheça mais sobre o trabalho do Drops de Jogos acima.

Veja mais sobre a Geek Conteúdo, a produtora da Rádio Geek, parceira do Drops de Jogos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments